“Ofensiva implacável” é como a organização classifica a ofensiva do governo chinês contra advogados especializados na defesa de direitos humanos. Pequim pretende assim evitar a agitação popular a todo o custo
“Ofensiva implacável” é como a organização classifica a ofensiva do governo chinês contra advogados especializados na defesa de direitos humanos. Pequim pretende assim evitar a agitação popular a todo o custoDe acordo com o relatório da organização aI, as autoridades chinesas querem “silenciar” os advogados que se dedicam aos casos mais sensíveis, com medo de que os movimentos de protesto do Médio-Oriente iniciados no início do ano tenham reflexos na China, refere a agência Lusa. Catherine Baber, vice-diretora da região da Ásia-Pacífico da aI denunciou a aplicação de práticas repressivas como a suspensão ou revogação das licenças, assédio, rapto, ou mesmo tortura contra advogados que trabalham com os temas da liberdade religiosa e de expressão, e direito de propriedade.

O caso de Li Tiantian, advogado que esteve detido durante três meses, é citado pela organização internacional. O jurista é acusado de ter escrito várias mensagens no Twitter, explicando que a polícia o tinha ameaçado com a divulgação de detalhes da sua vida sexual para manchar a sua reputação. De acordo com o relatório da aI, Contra a lei: a repressão dos advogados dos Direitos Humanos na China, as autoridades chinesas desembaraçam-se pouco a pouco dos advogados considerados indesejáveis, através de avaliações anuais, conduzidas por associações de advogados “supostamente independentes”, que suspendem ou revogam as licenças dos que são verdadeiramente independentes. Entre os cerca de 204 mil advogados da China, apenas algumas centenas de corajosos aceitam casos relacionados com os direitos humanos, sublinhou a aI.