Mais altos níveis de desnutrição crónica infantil no mundo registam-se em Moçambique, revela relatório da UNICEF. O organismo das Nações Unidas para a infância assinala progressos, mas subsistem causas graves
Mais altos níveis de desnutrição crónica infantil no mundo registam-se em Moçambique, revela relatório da UNICEF. O organismo das Nações Unidas para a infância assinala progressos, mas subsistem causas gravesMoçambique deve redobrar os esforços para alcançar os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio na área da mortalidade infantil, indica o relatório de 2010 sobre Pobreza Infantil e Disparidades em Moçambique, da UNICEF. Segundo refere a agência Lusa, 44 por cento das crianças moçambicanas sofrem de desnutrição crónica e a média mais alta regista-se na província de Cabo Delgado, com 59 por cento dos menores vítimas do problema. ao nível da mortalidade infantil, a situação da criança moçambicana é grave, pois 141 crianças entre mil morrem antes de completar cinco anos. Dessas mortes, 33 por cento são provocadas por malária, aponta a UNICEF.

Houve grandes progressos depois da guerra civil, mas prevalecem dois grandes problemas essenciais: o ritmo da redução da mortalidade infantil não está a ser suficientemente rápido e o segundo tem a ver com as disparidades regionais neste indicador, disse o representante adjunto da UNICEF em Moçambique, Roberto de Bernardi. O relatório indica que, em todo o país, 48 por cento das crianças sofrem, pelo menos, duas ou mais privações severas; 11 por cento das raparigas com idades entre 11 e 15 anos estão infectadas pelo HIV/SID a e 70 por cento dos alunos conhecem casos de abuso sexual nas suas escolas.

Lola Castro, coordenadora-residente da agência da UNICEF, em Moçambique, afirmou que a pesquisa demonstra a necessidade e urgência de o país investir nas crianças, porque serão os adultos de amanhã. a desnutrição crónica tem consequências imediatas na criança e no futuro, quando a criança for adulto. atrasa a vítima sob o ponto de vista físico, mas também de desenvolvimento mental e intelectual e o seu potencial produtivo, acentuou Lola Casto, que é igualmente representante do Programa Mundial da alimentação (PMa).