Cada dia, inventa um novo estratagema, como fugir de uma cidade a outra, modificar o aspecto com roupas e corte de cabelo. José prefere o anonimato para evitar ser capturado por pessoas armadas que o perseguem
Cada dia, inventa um novo estratagema, como fugir de uma cidade a outra, modificar o aspecto com roupas e corte de cabelo. José prefere o anonimato para evitar ser capturado por pessoas armadas que o perseguemVim sem nada, pensando em encontrar um futuro melhor. aqui, não existia o problema que tinha no meu país. Era mais fácil atravessar a fronteira e poderia ficar num lugar não muito distante. José saiu de seu país, depois de escapar a um sequestro por parte de grupos irregulares. Chegou ao Equador por terra, procurando refúgio. O caso é publicado num jornal de Quito. a maior parte dos refugiados que vivem no Equador tem motivos semelhantes aos de José. Quase todos vêm da Colômbia e a maioria são mulheres e crianças. a Colômbia é o país com mais pessoas acolhidas por outras nações da américa Latina, segundo do alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (aCNUR).

as diversas organizações que trabalham com esta faixa populacional, no Equador, relevam que a resposta do Estado equatoriano é ainda limitada. Janeth Ferreira, directora da Fundação Scalabrini , declarou ao jornal de Quito que o Estado legaliza apenas o estatuto de refugiado, concedendo os vistos. No que se refere aos serviços sociais, como a protecção e a integração, praticamente não existe alguma contribuição da parte do governo. E a directora denuncia: Não adianta nada reconhecer 54 mil refugiados se não lhes oferecermos atenção e segurança.

Segundo Janeth Ferreira, muitos refugiados são obrigados a permanecer fechados em casa por medo de serem perseguidas em território equatoriano. O Estado não lhes dá segurança. Por isso, José prefere rodar constantemente pelo país. Um dia, caminhando pelas ruas de uma cidade no Equador, reconheceu um de seus sequestradores e teve que mudar de cidade para evitar qualquer risco. Janeth Ferreira conta que algumas pessoas nem querem o cartão de refugiado. É um obstáculo para encontrar emprego. Se se mostra o documento de identidade onde consta a palavra refugiado, as pessoas já olham com medo. Em muitas escolas e postos de saúde dizem que não há lugar para os equatorianos, imagine para estrangeiros.

a assistência depende muito do que as organizações da sociedade civil realizam. O trabalho é isolado, não há políticas públicas específicas. a única proposta do Estado, através do Ministério do Exterior, é a renovação do visto anual e actualização das informações.compreende-se porque é que antónio Guterres, alto-comissário do aCNUR, anunciou recentemente que cerca de mil refugiados deixarão o Equador para irem para os Estados Unidos, Canadá, Nova Zelândia, Chile e Brasil.