O valor da ajuda alimentar dado pela União Europeia aos mais pobres vai baixar 80% em 2012 devido a uma queixa da alemanha – em abril passado – contra a Comissão Europeia. O país mais poderoso da Europa nega a solidariedade, porquê?
O valor da ajuda alimentar dado pela União Europeia aos mais pobres vai baixar 80% em 2012 devido a uma queixa da alemanha – em abril passado – contra a Comissão Europeia. O país mais poderoso da Europa nega a solidariedade, porquê? a notícia da aFP caiu na imprensa em 21 de Junho passado, no entanto poucos meios de comunicação social lhe deram o relevo que a mesma merecia. Estamos a falar de um corte de 387 milhões de euros, o que não é nenhuma bagatela, e que vai afectar directamente os mais pobres da Europa. Para compreendermos melhor o que se passa, vamos aos factos. Na década de 90, com a reforma da Política agrícola Comum (PaC), a ajuda alimentar europeia passou a traduzir-se num apoio financeiro, em vez de excedentes agrícolas, correspondente a um por cento do orçamento da política agrícola da União Europeia, ou seja, 500 milhões de euros atribuídos aos Estados-membros, que repartiam essa verba pelas associações de caridade.
a alemanha decidiu apresentar em abril passado uma queixa contra a Comissão Europeia alegando que a verba referida que esta concedia em subsídios destinados aos mais carenciados, nada tinha a ver com a política da PaC. as instâncias jurisdicionais da União Europeia (UE) deram razão à alemanha argumentando que aquele valor de ajuda alimentar, proveniente do orçamento da PaC, constituía uma ajuda financeira puramente social, que em nada tinha a ver com a Política agrícola Comum, com a subsidiação da agricultura.

O resultado cifra-se no corte de 80 por cento da verba inicial, o que equivale à atribuição de apenas 113 milhões de euros de subsídios para o próximo ano. até este momento, não há qualquer notícia da UE no sentido de repor a totalidade daqueles subsídios sociais, pelo que o corte é efectivo, ou seja, aquela instituição vai “poupar” à custa dos mais desfavorecidos, mesmo apregoando a solidariedade europeia. É caso para perguntar: solidariedade para quem?

Recordamos que o ano de 2012 é o ano Europeu do Envelhecimento activo e da Solidariedade entre Gerações que foi proposto pela UE. Não será isto um puro acto de HIPOCRISI a dos burocratas que estão comodamente instalados em Bruxelas? E em relação à alemanha, já esqueceram o apoio europeu recebido quando foi necessário unir a alemanha de Leste, cujos cidadãos eram dos mais pobres da Europa? Como a memória dos Governantes é curta!

Este e outros factos do género são a prova da imposição do poder dos países economicamente mais fortes da União Europeia, que se acentuou após a assinatura do Tratado de Lisboa. É o descrédito das instituições ao mais alto nível, resultado do egoísmo de alguns países e de centenas de funcionários que representando os seus países, se sobrepõem a outros parceiros europeus de menor poder.

Temos agora mais um exemplo, o empréstimo concedido a Portugal. Os juros que serão cobrados pelo empréstimo são dos mais elevados do mercado, porquê? a UE e o FMI dizem que vão ajudar o nosso país, é verdade, mas esquecem-se de salientar que também vão ganhar muito com a desgraça deste cantinho da Europa que controlarão durante os próximos 10 anos. Onde pára a solidariedade da UE?