Ministros da agricultura do G20, grupo formado pelos ministros de finanças e chefes dos bancos centrais das 19 maiores economias do mundo mais a União Europeia, discutem medidas para reduzir a volatilidade dos preços nos mercados agrícolas

Ministros da agricultura do G20, grupo formado pelos ministros de finanças e chefes dos bancos centrais das 19 maiores economias do mundo mais a União Europeia, discutem medidas para reduzir a volatilidade dos preços nos mercados agrícolasComo a volatilidade dos preços dos alimentos persiste, agora com uma flutuação em torno de um nível duas vezes superior que o nível médio no período de 1990 – 2006, a questão não pode mais ser ignorada, defende a CIDSE, uma rede internacional de organizações católicas para o desenvolvimento, de que a Fundação Evangelização e Culturas (FEC) é membro. Em comunicado divulgado pela FEC, a aliança internacional de agências de desenvolvimento católicas lembra que os consumidores mais pobres do mundo são aqueles que estão a ser mais prejudicados com a alteração dos preços. É o resultado de uma complexa teia de factores com consequências terríveis para os consumidores mais pobres do mundo que gastam 50-70 por cento dos seus rendimentos em alimentos, salienta.

a CIDSE saúda o facto da contenção da volatilidade dos preços ser uma prioridade na agenda do G20, enquanto alerta que a pobreza em geral, e o acesso a alimentos em particular, são questões estruturais que precisam ser abordadas, a fim de reduzir o número de pessoas com fome no mundo. Numa carta aberta aos ministros do G20, a CIDSE diz que o G20 devia impedir a especulação excessiva e regular os mercados de bens de primeira necessidade, bem como abordar a questão das reservas de alimentos, ainda que a regulamentação dos mercados seja apenas uma parte do quebra-cabeças. a aliança internacional de agências de desenvolvimento católicas defende medidas como o apoio à produção local e a harmonização das diversas iniciativas de segurança alimentar global.

Como a agricultura é o pilar para 75 por cento dos pobres do mundo em desenvolvimento, a CIDSE acredita que as políticas alimentares devem fortalecer a produção local por pequenos agricultores, que representam 75 por cento das pessoas com fome do mundo. E manifesta a sua preocupação no facto de a ajuda ao sector agrícola tenha diminuído de 18 por cento da ajuda Pública ao Desenvolvimento (aPD) em 1979 para menos de 4 por cento, actualmente. Esta tendência deve ser revertida em favor de políticas agrícolas que desenvolvam e promovam sistemas de produção e meios de subsistência com maior resiliência ambiental, económica e social em face às alterações climáticas e a futuras crises económicas e de preços alimentares, enfatiza a rede de associações católicas.