Na primeira reunião do Conselho permanente, após as eleições, a Conferência Episcopal Portuguesa defende que «a Palavra de Deus pode ajudar a discernir o caminho da salvaguarda do ‘bem comum’ de toda a sociedade, no momento difícil que Portugal atravessa»
Na primeira reunião do Conselho permanente, após as eleições, a Conferência Episcopal Portuguesa defende que «a Palavra de Deus pode ajudar a discernir o caminho da salvaguarda do ‘bem comum’ de toda a sociedade, no momento difícil que Portugal atravessa» a Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) considera que a situação actual exige, de todos os portugueses, grande realismo. Os portugueses – dizem os bispos – não podem resignar-se, mas, todos devemos procurar soluções para Portugal no quadro social, político-económico em que está inserido.
O presidente da CEP manifestou a sua preocupação com o destino da União Europeia e com as economias emergentes. José Policarpo defende que Portugal tem de participar, recuperando a crebibilidade. Enquanto andar de mão estendida, a pedir, ninguém nos liga. O também cardeal patriarca de Lisboa diz ainda não ter lido o acordo assinado com a troika, mas garante que é para ser cumprido e o mais rapidamente possível, para recuperar a nossa autonomia.

Na situação difícil que o país atravessa, a Igreja conta com a generosidade e capacidade de dom, de que o voluntariado é uma expressão nobre. Os próximos tempos vão exigir partilha de bens, garante. Temos de criar um dinamismo colectivo de generosidade e de partilha voluntária, fundamentada no amor à pessoa humana, exorta.

José Policarpo alude ainda à reforma do sistema de justiça, mas adianta que antes disso é necessário medidas técnicas e consciência colectiva. Nos últimos tempos, houve um enfraquecimento da cultura e do pensar o homem. agora, o que é preciso é encontrar o sentido novo das coisas, salienta o cardeal.

O presidente da Conferência Episcopal disse ainda aos jornalistas que a Igreja, caso seja necessário, em determinados momentos, fará ouvir a sua voz e o pensamento da Doutrina Social da Igreja (DSI). aliás, este foi um dos temas da recente campanha eleitoral, algo que José Policarpo achou simpático que precisassem de ter em conta que a Igreja existe e que a DSI pode ser inspiradora de programas de governação. ainda que nem todos mediram as consequências do que estavam a dizer.