Depois de dois meses do fim da crise pós-eleitoral na Costa de Marfim, mais de 200 mil marfinenses continuam refugiados nos países vizinhos, além das 300 mil pessoas dispersas em várias zonas do país
Depois de dois meses do fim da crise pós-eleitoral na Costa de Marfim, mais de 200 mil marfinenses continuam refugiados nos países vizinhos, além das 300 mil pessoas dispersas em várias zonas do país”Nas três últimas semanas, o aCNUR, alto Comissariado para os refugiados, e outras organizações registaram 322. 277 pessoas deslocadas através do país”, afirmou a porta-voz da organização das Nações Unidas, Melissa Fleming, numa conferência de imprensa. a maioria destas pessoas está refugiada nos campos ou em casa de familiares e amigos. Os maiores pontos de confluência dos deslocados são o oeste do país, o norte e a capital económica, abidjan. Há testemunhos que afirmam que muitos destes refugiados ainda se encontram escondidos na floresta.
No oeste do país, onde a situação tende a melhorar, tornando mais fácil o regresso dos deslocados, “as tensões intercomunitárias permanecem muito tensas”, sobretudo no sudoeste de Sassandra. as feridas causadas pelo assassinato de 280 civis, no início de Maio, pelos partidários do presidente cessante Laurent Gbagbo, ainda permanecem muito vivas. “Cerca de 17 mil pessoas encontram-se deslocadas nesta região, das quais um número desconhecido estará escondido na floresta, indicou a porta-voz do aCNUR. ” a presença permanente de grupos armados de auto-defesa impede o regresso dos deslocados”, lamentou Melissa Fleming.
a Costa de Marfim foi abalada por uma crise violenta, que durou cerca de cinco meses. a recusa do ex-presidente Laurent Gbagbo em ceder o poder ao seu rival e sucessor alassane Outtara, depois da derrota nas eleições presidenciais de Novembro de 2010, causou uma terrível guerra civil. Segundo o alto Comissariado, mais de 200 mil marfinenses, que fugiram dos combates entre as duas facções, ainda se encontram refugiados nos países vizinhos.