Diferença entre o previsto no peditório e o conseguido cifra-se em cerca de 80 mil. O peditório da Cáritas ficou, este ano, muito aquém dos objectivos. São menos os que podem dar e mais os que precisam
Diferença entre o previsto no peditório e o conseguido cifra-se em cerca de 80 mil. O peditório da Cáritas ficou, este ano, muito aquém dos objectivos. São menos os que podem dar e mais os que precisamO presidente da Cáritas, Eugénio Fonseca, apela à criação urgente de uma rede de protecção social. O resultado do peditório nacional da Cáritas é um claro sinal da crise que o país atravessa e que leva ao aumento de pedidos de ajuda e simultaneamente à diminuição dos donativos, refere a agência Lusa. Eugénio Fonseca lamenta, embora compreenda, que a meta dos 320 mil euros para as diferentes iniciativas sociais desenvolvidas por cada uma das Cáritas diocesanas, se tenha ficado pelos 239,5 mil euros. É um dos anos em que mais pedidos de ajuda estamos a receber. Registámos um aumento de 40 por cento e a previsão é que continuem a aumentar, explica. Foi também um dos anos em que recebemos menos contribuições. Não é que os portugueses não queiram dar; a questão é que deixaram de poder dar.

Perante esta situação, Eugénio Fonseca defende a criação urgente, pelo governo, de uma rede básica de protecção social. Isso permitiria atender, no imediato, problemas das pessoas que são altamente gravosos: alimentação, habitação, encargos com saúde e educação dos filhos. É fundamental. apesar de ter que enfrentar o problema da dívida externa, esta não se pode sobrepor ao atendimento das necessidades mais básicas, sob pena de incumprir os direitos mais elementares das pessoas, avisou o presidente da Cáritas. a diminuição de donativos em dinheiro à Cáritas é mais preocupante, devido à crise que a sociedade atravessa. Por mais que possa ter, a instituição será sempre impotente face à grandeza dos problemas que lhe são apresentados. a ajuda que temos é a que vem da sociedade e forçosamente espelha a realidade que está a atravessar, com muita gente sem possibilidades de satisfazer os seus próprios encargos.

a Cáritas terá que apertar ainda mais os critérios de prioridade e com os recursos existentes cada diocese vai privilegiar as respostas emergentes e básicas. Eugénio Fonseca sublinha, contudo, que este decréscimo já vem sendo notado desde 2009, ano a partir do qual as receitas têm vindo sempre a diminuir. O peditório, que decorreu durante o mês de Março, registou uma queda que em algumas dioceses chegou aos 40 por cento. Em 2010, os donativos alcançaram os 292,5 mil euros e em 2009 chegaram aos 325,7 mil euros.