Deus criou o ser humano e concedeu-lhe a terra, com tudo o que é necessário para viver em harmonia. Os povos foram crescendo gerindo espaço e vontades, mas os dirigentes traí­ram as suas obrigações
Deus criou o ser humano e concedeu-lhe a terra, com tudo o que é necessário para viver em harmonia. Os povos foram crescendo gerindo espaço e vontades, mas os dirigentes traí­ram as suas obrigaçõesFoi longo o caminho percorrido pelos povos até aos nossos dias. a população mundial atingiu o maior número de sempre, mas a terra continua a ter o que é preciso para que todo o ser humano tenha uma vida digna. apesar disso, a quantidade de pessoas que não têm as condições mínimas de vida continua a subir. Há um descontrolo evidente entre os recursos existentes e a forma como são geridos, não só nos países ditos desenvolvidos, como naqueles que estão a caminho desse estágio. Haverá “culpados” neste descontrolo? Claro que há, mas poucos o assumem.

Para uma análise correcta teríamos que verificar país a país em cada continente, como não é viável, vamos generalizar dando alguns como exemplo. a China é o país mais populoso do planeta e onde as condições mínimas de vida são das mais degradantes, mas graças a um maior esforço dos seus dirigentes nas duas últimas décadas, caminham na via de melhores dias. O Japão há muito que adoptou uma linha de desenvolvimento direccionada ao bem-estar da sua população, o mesmo não acontecendo com outros países vizinhos. Na África, são poucos os países que oferecem condições adequadas para viver, será porventura dos continentes mais carentes no aproveitamento dos recursos existentes.

Já no Oriente temos uma realidade diferente. a maior parte dos países têm recursos naturais abundantes, especialmente petróleo, mas os seus povos vivem miseravelmente. a falta de respeito pelo homem que existe ainda hoje na China e noutros países daquele hemisfério, é ainda mais acentuado nesta zona, apesar de estar agora a despertar para uma realidade diferente. aquele continente está como vulcão prestes a explodir e nada impedirá que tal aconteça. Os governantes/ditadores daqueles Estados têm os dias contados, apesar de se servirem da religião como suporte para impor um jogo pesado aos seus povos.

Olhemos agora para o Brasil, país irmão, também um território de imensos recursos naturais. Nas últimas décadas acelerou o desenvolvimento, contudo tem neste momento mais de 16 milhões de pobres englobados numa população superior a 190 milhões de almas. a presidente Dilma Rousseff anunciou a semana passada o lançamento de um programa para tirar esta pobreza extrema da miséria até 2014, objectivo que pretende atingir. O programa prossegue as políticas sociais que já tinham sido adoptadas pelo seu antecessor, Lula da Silva, ao longo de oito anos de mandato.

E Portugal? Voltemos atrás e lembremos as palavras da presidente do Brasil na apresentação do programa: ” a luta contra a pobreza é um dever do Estado e uma tarefa de todos os brasileiros. Não podemos esquecer que a questão mais difícil de resolver, o maior e mais angustiante problema deste país é ter uma pobreza crónica instalada”, disse. Será que o problema da pobreza em Portugal é muito diferente? Terá algumas especificidades, mas o conceito é válido, a diferença não estará mesmo na responsabilidade dos governantes? Mas também na vontade de um povo que se deixou acomodar? O que vamos fazer, cada um de nós, para melhorar a situação?