a actual onda de contestação em África é “uma evolução que reflecte o ponto de vista das pessoas que acreditam ter o direito de fazer escolhas sobre quem as deve governar”, afirmou a secretária-geral do Banco africano de Desenvolvimento, em Lisboa
a actual onda de contestação em África é “uma evolução que reflecte o ponto de vista das pessoas que acreditam ter o direito de fazer escolhas sobre quem as deve governar”, afirmou a secretária-geral do Banco africano de Desenvolvimento, em LisboaEstamos a assistir a uma evolução que reflecte o ponto de vista das pessoas. No continente existem cada vez mais pessoas com formação, que acreditam que têm o direito de fazer escolhas sobre o que é bom para elas e sobre quem as deve governar. Em entrevista à Lusa, a secretária-geral do Banco africano de Desenvolvimento (BaD) frisou: Em grande medida, os africanos querem ter uma palavra a dizer no processo de tomada de decisões relativas aos seus países. O BaD está empenhado em estabelecer parcerias com outras instituições internacionais em vista de criar empregos, e consolidar o crescimento económico e a distribuição de riqueza em África. Claramente, sozinhos não podemos alcançar quaisquer resultados, pelo que admitimos apostar em parcerias fortes, explicou Cecilia akintonide. admitimos mobilizar recursos domésticos, admitimos ir aos mercados, porque actuar isoladamente não é possível. Tem de ser feito através de parcerias e essa é a razão porque estamos aqui em Lisboa. as parcerias são a solução.

Cecilia akintonide encontra-se em Lisboa, no âmbito da assembleia-geral do BaD. “Rumo a uma agenda para o crescimento inclusivo em África” é o tema escolhido para a reunião e que esteve reflectido em dezenas de eventos paralelos que começaram na passada segunda-feira, 6 de Junho. a secretária-geral do BaD salientou que a reunião não se reduz à questão do crescimento económico. Temos que ir mais além e começar a ver quão inclusivo é, que percentagem da população está a contribuir e a beneficiar do crescimento, afirmou. O que começamos a ver são formas de garantir a distribuição equilibrada de recursos, e temos de garantir que, além da educação, as pessoas sejam ajudadas a contribuir para a economia.

asecretária-geral do BaD confessa que não está preocupada com o papel, cada vez maior, dos países emergentes, como a China, Brasil e Índia. São países que integram o BaD. Instada a comentar o facto de África continuar sem se alimentar a ela própria e que a quase totalidade da produção agrícola vai para a exportação, a secretária-geral do BaD destacou os dois instrumentos criados pela instituição para potenciar a produção e trocas internas: a africa Finantial Markets Iniciative e a Making Finance Works for africa Iniciative. Estes dois instrumentos asseguram, em primeiro lugar, que os recursos possam ser mobilizados para o continente, tendo em vista o seu desenvolvimento financeiro. Em segundo lugar, visam garantir que se podem criar mais valias.