acontecimentos políticos do norte de África travaram o crescimento económico do continente, que deverá ficar-se pelos 3,7 por cento em 2011. “O crescimento económico não está a ser suficiente para reduzir a pobreza de forma significativa no continente”
acontecimentos políticos do norte de África travaram o crescimento económico do continente, que deverá ficar-se pelos 3,7 por cento em 2011. “O crescimento económico não está a ser suficiente para reduzir a pobreza de forma significativa no continente”O relatório Perspectivas económicas em África em 2011, do Banco africano de Desenvolvimento (BaD) indica que a África austral deverá crescer 4,5 por cento, este ano, contra 3,3 em 2010, informa a agência Lusa. O crescimento da região oriental deverá continuar a trajectória ascendente que se cifra em 6,7 e em 6,0 por cento para a África ocidental. Estes bons desempenhos não serão suficientes para compensar os efeitos dos acontecimentos políticos do norte africano, região onde o crescimento cai para 0,7 por cento, contra 4,6 por cento no ano passado. O BaD indica que esta previsão é feita num momento em que persiste uma incerteza considerável em relação ao desenvolvimento de diversos países, em especial na Líbia, e acima de tudo sem poder prever os efeitos desses acontecimentos no crescimento africano.

as perspectivas para 2012 são feitas no pressuposto de que a economia recupera normalmente no norte do continente. Se assim acontecer, é esperada uma aceleração do crescimento económico em África para 5,8 por cento em 2012. Tal crescimento global é a média das previsões por região, que apontam para crescimentos económicos de 5,1 por cento para o norte de África, 5,5 por cento para a África austral, 5,7 por cento para a região central, 6,7 por cento para a África oriental e 6,8 por cento para a região ocidental. a recuperação africana é sobretudo impulsionada pelo volume das exportações e pelos preços das mercadorias, o que está a acontecer em 2011, tal como já aconteceu em 2010, quando as exportações africanas cresceram 3,1 por cento, após um declínio de 2,5 por cento em 2009, lê-se no relatório.

Os sectores que mais crescem são sobretudo a exploração mineral, em países ricos em recursos, como angola, havendo casos onde novos campos petrolíferos estão a começar a produzir. O sector agrícola teve um bom desempenho em 2010 e nos primeiros meses deste ano. Em nove países, incluindo a Guiné-Bissau, a agricultura já representa mais de 40 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) per capite, e entre 20 e 40 por cento em 16 países, incluindo Moçambique. O sector dos serviços dá um importante contributo ao crescimento africano em muitos países, como a África do Sul, lê-se no relatório. O sector da indústria transformadora continua a estar atrasado, o que se explica sobretudo pelos estrangulamentos infra-estruturais, fornecimento de energia pouco fiável e a burocracia, alerta o BaD.com a população africana a crescer acima dos 2,0 por cento, espera-se que o PIB aumente, em média, 1,4 por cento este ano e 3,5 por cento em 2012. Em muito países, casos dos que são pobres em recursos, o crescimento será demasiado baixo em consequência dos preços mais altos das importações de alimentos e de energia.