Um número crescente de crianças órfãs e de meninos da rua tajiques tornam-se presa fácil de grupos extremistas islâmicos. São recrutados para serem formados segundo as ideologias radicais e para os tornar pequenos terroristas modernos
Um número crescente de crianças órfãs e de meninos da rua tajiques tornam-se presa fácil de grupos extremistas islâmicos. São recrutados para serem formados segundo as ideologias radicais e para os tornar pequenos terroristas modernos a denúncia provem de organizações não governamentais (ONG) que trabalham no Tajiquistão e que estão empenhadas no trabalho de recuperar e assistir a infância. Segundo as estatísticas oficiais, cerca de 35 por cento da população, que anda à volta dos sete milhões, tem menos de 14 anos. Mais de nove mil crianças do Tajiquistão vivem nas ruas, de acordos com dados das ONG. Só na capital Dushanbe são mais de cinco mil, sujeitas à violência, às doenças, à prostituição, ao tráfico de droga e a tornar-se agentes de criminalidade.

Um novo perigo molesta as crianças tajiques. Estão na mira dos grupos extremistas islâmicos, que vêem nelas um viveiro de recrutamento fácil. as estruturas de acolhimento do governo são insuficientes e frágeis. as ONG e a própria Igreja têm diante de si um trabalho terrível, procurando dar um contributo para o crescimento e instrução destas crianças. Mas, uma vez que atingem a maioridade, os jovens abandonam as estruturas públicas e encontram-se de novo no meio da rua, sem qualquer direito à assistência social pública. a sua condição juvenil de indigência torna-se um terreno propício para o recrutamento dos grupos terroristas que prometem uma vida melhor, facilidades e bem-estar. além disso, oferecem-lhes motivações morais para dedicar-se a uma causa. Para tentar controlar este fenómeno, o governo tajique lançou um programa de prevenção construído sobre a formação profissional dos jovens.

a população do Tajiquistão – um dos estados mais pobres da eis-União Soviética – é 95 por cento muçulmana. Segundo os observadores, o extremismo islâmico está a reorganizar-se neste país montanhoso encravado na Ásia Central e que faz fronteira com o afeganistão e a China, junto ao Paquistão. Em Valle Rasht, a 200 quilómetros da capital e perto da fronteira afegã, situa-se uma zona montanhosa, com picos de sete mil metros, que é considerado o bastião dos grupos islâmicos radicais.