Cerca de 3. 500 pessoas participaram na sétima edição da Marcha contra a Fome em Lisboa, em 22 de Maio. a soma de 43 mil euros angariados, ajudará também, pela primeira vez, portugueses em necessidade
Cerca de 3. 500 pessoas participaram na sétima edição da Marcha contra a Fome em Lisboa, em 22 de Maio. a soma de 43 mil euros angariados, ajudará também, pela primeira vez, portugueses em necessidadeLisboa e Porto protagonizaram mais uma edição Walk the World – Marcha contra a Fome. a iniciativa, que se realiza em 58 países, foi criada para ajudar a atingir um dos objectivos da campanha do Milénio, da Organização das Nações Unidas, que visa erradicar a fome e a pobreza extrema no mundo até 2015. a quase totalidade das receitas é canalizada para o Programa alimentar das Nações Unidas”, explicou Carlos Courelas, responsável pelo evento. Tendo em conta a situação que se vive em Portugal, “conseguimos que 25 por cento das receitas da marcha fossem destinadas a projectos locais, acrescentou. O dinheiro angariado será entregue à Cáritas Portuguesa, que trabalha no terreno com as famílias mais carenciadas. José Manuel Cordeiro, da direcção nacional desta instituição ligada à Igreja, sublinhou a importância do apoio a uma organização que no ano passado viu “aumentar os pedidos de ajuda em 40 por cento”.

Existem situações muito graves de pobreza e a fome é um dos problemas que a Cáritas faz questão de combater, esclareceu o dirigente da organização, sublinhando que os seus projectos estão direccionados para as crianças e para o fenómeno da fome escondida. O problema da fome “envergonhada” levou Maria Emília Jorge, 64 anos, e Maria Gabriel, 61, a participar na marcha que, tendo iniciado junto à Torre de Belém, terminou por volta da hora do almoço na Pala das Docas. Se todos dermos um bocadinho de nós podemos aliviar este problema: hoje há muita fome encoberta, lamentou Maria Emília Jorge. Mesmo ao lado, uma família e alguns amigos sublinhavam a importância de “olhar pelas outras pessoas, mesmo as desconhecidas”, até porque ninguém sabe o dia de amanhã, resumiu Sónia Justo, 36 anos.

as estimativas apontam para a existência de cerca de 500 mil portugueses com carências alimentares. a estes juntam-se ainda os inúmeros casos desconhecidos, de famílias que, nos últimos tempos, perderam tudo. Mas, olhando para além da fronteira nacional, a situação é muito mais preocupante: Não estamos a falar de realidades sequer semelhantes. Este dinheiro vai ajudar principalmente quem nada tem, ou seja, quem não tem sequer acesso a alimentos, sublinhou Carlos Courelas, referindo-se aos 75 por cento das receitas conseguidas com a iniciativa, que vão seguir para o Programa alimentar das Nações Unidas.