Palavras que Feliciano Garcês usa para descrever as centenas de pessoas que ajudou a chegar a Fátima. Descreve as dificuldades e as alegrias que a organização experimenta durante a peregrinação anual ao Santuário
Palavras que Feliciano Garcês usa para descrever as centenas de pessoas que ajudou a chegar a Fátima. Descreve as dificuldades e as alegrias que a organização experimenta durante a peregrinação anual ao SantuárioEste ano foi o que correu melhor, constataram ao chegar a Fátima. Durante seis dias, 426 peregrinos percorreram centenas de quilómetros, com a ajuda de 95 voluntários. Durante o percurso, manteve-se um espírito muito calmo, de harmonia. O grupo de Paredes até chegou com umas horas de avanço em relação ao ano passado, observou o sacerdote. Este ano, a peregrinação centrou-se na figura de João Paulo II e as suas visitas a Fátima. as reflexões do terço meditado, as homilias convidavam os fiéis a olhar para o antigo Papa como modelo.

Ver não praticantes tornarem-se cristãos activos é a recompensa que leva de regresso ao Porto, onde é pároco. Esta manhã, uma senhora que já não se confessava há 56 anos pediu-me para o fazer, contou à Fátima Missionária. É o fruto daquilo que ouviu. Recorda casos de peregrinos de outros anos que se tornaram animadores de jovens, catequistas, ministros da comunhão. Pessoas que, antes, raríssimas vezes punham os pés na Igreja, hoje, são cristãos comprometidos. a mim dá-me uma alegria muito grande. Faz-me muito bem, como pastor, saber que se pode ser útil e chegar ao coração das pessoas, assegura. Estou numa paróquia da Boa Vista no Porto, mas estes dias tenho uma paróquia itinerante com 550 fiéis, afirma, sorridente.

Quanto às dificuldades, Feliciano Garcês identifica três factores que não dependem directamente da organização. as estradas são o primeiro grande problema. Grande parte do caminho realiza-se na Nacional 1, bastante perigosa para um grupo tão grande. É necessário assegurar que as pessoas caminhem, mas também há que ter em conta a atitude dos condutores, destaca o sacerdote dehoniano.

Outro aspecto é fazer com que as pessoas se habituem ao sofrimento físico e psicológico. É constante ver pessoas a chorar com saudades de casa e dos filhos. Temos que ter muito cuidado porque é complicado, afirma. O clima é outra questão problemática que o grupo não consegue controlar. Este ano tivemos dias com muita chuva, muito frio e, no dia seguinte, muito sol, muito calor. Mexe bastante com as pessoas, é muito difícil de gerir. Temos um tipo de trabalho quando chove, temos outro quando não chove.

Quanto à cidade de Fátima, apenas lamenta a falta de estruturas físicas para acolher os peregrinos. Eu sei que é impossível ter estruturas para todos os que vêm a pé, explica. Mas, seria bom que os grupos grandes pudessem contar com um espaço com casas de banho, assinala.