Há cerca de 30 anos que a Obra da Caridade ao Doente e Paralítico de Paredes organiza a peregrinação anual a Fátima, em Maio. Os 426 peregrinos e cerca de 90 voluntários que aderiram, este ano, a esta manifestação de fé chegaram a Fátima a 11 de Maio
Há cerca de 30 anos que a Obra da Caridade ao Doente e Paralítico de Paredes organiza a peregrinação anual a Fátima, em Maio. Os 426 peregrinos e cerca de 90 voluntários que aderiram, este ano, a esta manifestação de fé chegaram a Fátima a 11 de MaioO grupo instalado nas proximidades da capela de Santa Luzia, na Moita Redonda, a umas centenas de metros do Santuário de Fátima, reúne pessoas do norte do país, mas também alguns emigrantes que fizeram questão de marcar presença nesta peregrinação. Pelas 11:30 da manhã, dezenas de voluntários atarefados esforçavam-se para preparar o almoço aos peregrinos. ao lado, no espaço que serve de refeitório, outros tantos aproveitavam para pôr a conversa em dia ou descontrair um pouco da longa caminhada que separa Paredes de Fátima. Saíram a 6 de Maio e chegaram ontem, dia 11.
Jorge Marques, chefe de cozinha voluntário, começa em Novembro a organizar a peregrinação. É responsável por toda a logística da cozinha: ementas, selecção dos alimentos e da quantidade necessária, encomendas e material. Durante a peregrinação, os dias começam por volta das 4:30, 5:00 horas da manhã. Participou dois anos como peregrino e acabou por se oferecer como voluntário. Quando vim a pé fiquei admirado com o sacrifício dos voluntários. achei o trabalho deles excelente, explica. Já lá vão 11 anos e pretende continuar. Depois de entrar é difícil sair, confessa o homem de 40 anos. Regressa para casa muito cansado mas também muito realizado.
Na fila do almoço, Cândida Moreira, uma das peregrinas explica: É uma questão de muita fé. Nos momentos mais difíceis Nossa Senhora está do meu lado. Natural de Lousada, realiza pela oitava vez esta peregrinação a Fátima para agradecer o apoio que Ela lhe tem dado. Sou uma pessoa com bastantes problemas, mas Nossa Senhora dá-me sempre forças para chegar. a gente pensa que não atinge estas metas. Eu vinha com medo este ano, mas graças a Ela, consegue-se tudo. É uma coisa que não tem explicação. O mais especial – diz – é a colaboração entre os membros do grupo e a oportunidade de criar amizades duradoiras. Volta para casa com a convicção de que ainda há pessoas muito boas neste mundo.
João Lopes Ribeiro participa há cinco anos, movido pela sua fé. Para o peregrino natural de Santo Tirso, o calor e a chuva são o mais difícil de aguentar. Gosta de ajudar outros fiéis que necessitem de apoio. Por meio de brincadeiras, tenta fazer-lhes esquecer o sacrifício que terão de fazer até chegar à meta final: o Santuário de Fátima.
Manuel Couto, de 63 anos, participa na peregrinação há 18 anos. Dá apoio às pessoas, compra o pão, ajuda na cozinha, entre outras tarefas. Vim uma vez a pé [no primeiro ano] e passei um sacrifício muito grande, vi-me aflito para chegar cá por causa das dores nos pés. Ficou então a promessa de que enquanto fosse vivo acompanharia o grupo. a peregrinação correu muito bem, uma maravilha, garante. Destaca o espírito de união: Somos uma equipa, um todo.
Manuela Rocha, enfermeira, com 18 anos de experiência de apoio aos peregrinos, integrou o grupo de Paredes, há apenas dois anos. Passou de um grupo de 80 para um de mais de 400, o que não minimiza a sua vontade de dar aos peregrinos. É preciso esquecer tudo e virar-se só para a frente, só para o peregrino, explica. a sua tarefa é minimizar a dor física, mas também dar apoio moral. Estamos a tratar e estamos sempre a falar. Ficamos afónicos, confessa. Ninguém desiste connosco.