Reunidos em Roma para os Capítulos gerais, missionários e missionárias da Consolata recebem, a 12 de Maio, o bispo francês Henri Teissier, com cidadania argelina. Viveu de perto o martí­rio de 19 cristãos, entre os quais sete monges trapistas
Reunidos em Roma para os Capítulos gerais, missionários e missionárias da Consolata recebem, a 12 de Maio, o bispo francês Henri Teissier, com cidadania argelina. Viveu de perto o martí­rio de 19 cristãos, entre os quais sete monges trapistasOs corpos dos 19 mártires, assassinados a 21 de maio de 1996, nunca foram encontrados. a vida da comunidade trapista de Notre Dame Ed l’Átlas, em Tibhirine, argélia, encontra-se retratada no filme Homens de Deus, recentemente lançado. Calcula-se que, em oito anos, pelo menos 50 mil pessoas, foram assinadas naquele país do norte da África. Henri Teissier viveu todo o período da revolução cultural islâmica na argélia.
a leitura do testamento do padre Christian de Cherge, superior da comunidade dos monges, assassinado juntamente com seis colegas, introduziu o estudo do tema Missão e Martírio, que destacou aspectos de fidelidade e testemunho. O bispo Teissier contou que, na perseguição, durante o discernimento sobre a permanência ou não na argélia, padre Christian, ao ser questionado por um confrade sobre as razões do martírio, teria respondido: O mártir não deseja nada para si próprio, nem mesmo a própria glória do martírio. Torne-se mártir por amor.

Para Henri Teissier, o filme Homens de Deus’ dá a impressão de que os monges estavam lá à espera do martírio. Esta é uma perspectiva equivocada, disse o bispo. Estavam na argélia não para o martírio, mas para a missão, afirmou, sublinhando mais um pensamento do padre Christian: O diálogo com os muçulmanos é o sacramento do encontro em nome de Deus para procurar fazer a vontade de Deus e partilhar Deus amor com aquele povo. a ordem religiosa não tem necessidade de mártires, mas de monges em qualquer realidade onde se encontra.
O bispo francês Henri Teissier sublinhou a necessidade de assumir a missão com fidelidade. Os monges não estavam sozinhos, mas inseridos numa Igreja local que vivia ameaçada. Em 1993, todos os estrangeiros receberam ameaça de morte. Muitos saíram do país, mas a grande maioria permaneceu em fidelidade ao Evangelho e à missão. Entre os vários mártires, recordou as Irmãs agostinianas missionárias espanholas, Esther Paniagua e Maria Caridad Álvarez, assassinadas na argélia, em 1997, e a Irmã Leonella Sgorbati, missionária da Consolata, morta na Somália, em 2006. Henri Teissier, terminou a sua intervenção, lendo um trecho da carta escrita por uma mãe muçulmana, após o martírio dos sete monges.

Depois do sacrifício vivido por vocês e por nós, depois das lágrimas e da mensagem de vida, de honra e tolerância dos nossos irmãos monges, a vós e a nós, decidi ler o testamento de Christian, aos meus filhos, porque senti que era destinado a todos nós… O testamento é mais que uma mensagem, é uma herança… O nosso dever é continuar o percurso de paz, de amor a Deus e aos homens na sua diferença. Muito obrigado à Igreja por estar no meio de nós. Obrigado a todos!, dizia a carta. Isso é martírio e missão, concluiu o bispo.
a basílica de São Bartolomeu, na Ilha Tiberina, no rio Tévere, que atravessa Roma, guarda a memória dos novos mártires contemporâneos, entre os quais, os mártires da argélia. a basílica reúne arquivos de 12 mil novos mártires de diversas partes do mundo.