a nossa vida na terra é um contí­nuo peregrinar até ao fim dos tempos, mas pode tornar-se num suave caminho quando é a fé que nos faz mover, fortalecendo dessa forma poderosas convicções na procura do divino
a nossa vida na terra é um contí­nuo peregrinar até ao fim dos tempos, mas pode tornar-se num suave caminho quando é a fé que nos faz mover, fortalecendo dessa forma poderosas convicções na procura do divinoO acto de peregrinar equivale sempre a viajar, percorrer um determinado espaço para ir ao encontro de alguma coisa ou alguém. Entre os cristãos o seu início é referenciado a partir do séc. IV, data em que estes começaram a viajar com destino à Terra Santa. O termo “peregrino” surge na primeira metade do séc. XIII para denominar os cristãos que viajavam a Roma ou à Terra Santa em visita aos lugares sagrados.
O peregrinar não é apenas o acto de caminhar, quando feito a pé, ou percorrer um determinado número de quilómetros, a sua essência está na motivação do encontro com o objecto da nossa preferência. a peregrinação tem um sentido e valor pessoal muito próprio, partilhado apenas exteriormente, mas que cada um vive e sente de forma íntima, dela usufruindo com a plenitude do seu coração.

Fátima começou a ser objecto de peregrinação a partir de 1917, após as primeiras aparições de Nossa Senhora aos três pastorinhos na Cova da Iria. Nos primeiros tempos foi sobretudo a curiosidade que fez com que as pessoas se deslocassem, mas rapidamente deu lugar à fé, especialmente a partir do Milagre do Sol ocorrido em 13 de Outubro desse ano, fenómeno que foi presenciado por cerca de setenta mil pessoas.

Nossa Senhora havia prometido aos pastorinhos na terceira aparição em Junho: “Em Outubro direi quem sou, o que quero, e farei um Milagre, que todos hão-de ver para acreditarem”. Três mêses depois assim aconteceu, certamente por intervenção divina. Foi um milagre realizado para provar algo à humanidade com tempo e local anunciados com antecedência. até hoje, não foi possível explicar à luz da ciência os movimentos do sol e os fenômenos que ocorreram em Fátima naquele dia.

Do ano de 1917 até hoje, o movimento peregrinante mantem-se vivo, não parando de aumentar. Desde grandes personalidades mundiais cristãs ou não, até ao comum cidadão, todos têm centrado em Nossa Senhora o motivo para a sua vinda para orar, agradecendo ou pedindo a sua intercepção junto de Cristo Redentor.

É digno de realce a fé de tantos milhares de pessoas que todos os anos percorrem dezenas ou centenas de quilómetros para visitar o Santuário de Fátima, especialmente a Capelinha da Cova da Iria. Só quem tem, ou teve, o previlégio de falar com os peregrinos após chegarem a solo sagrado faz ideia da fé e alegria que sentem e transmitem pela sua peregrinação. Mas há um peregrino que deve ser lembrado, o Papa João Paulo II – agora Beato – que manifestou uma devoção especial a Maria durante toda a sua vida e deu o exemplo de gratidão também através das suas visitas.