«Histórica e culturalmente, encontramo-nos num tempo novo. Já não bastam reajustamentos eclesiais. agir por simples reacção também não ajudará ao processo evangelizador»
«Histórica e culturalmente, encontramo-nos num tempo novo. Já não bastam reajustamentos eclesiais. agir por simples reacção também não ajudará ao processo evangelizador» a assembleia Plenária situa-nos perante a responsabilidade histórica de prosseguir o projecto de repensar a pastoral da Igreja em Portugal. a fidelidade à missão e a gravidade da situação actual colocam-nos diante da urgência de discernir novos caminhos e opções pastorais, afirmou o presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), no início da 177. a assembleia Plenária, no final do seu mandato.
aos bispos reunidos em Fátima até 5 de Maio, Jorge Ortiga assinalou que a Igreja em Portugal não pode fugir à responsabilidade histórica de dar o seu contributo para que a actual crise possa gerar uma nova cidadania, assente na participação, na verdade e na fraternidade. O também arcebispo de Braga defende que são muitos os domínios da vida pública que precisam da firme intervenção dos cristãos na denúncia de tudo o que coloca em causa o equilíbrio social.

Os tempos de crise, e com maior austeridade que se aproximam exigirão homens e mulheres à altura dos desafios que se colocam à nossa sociedade. Por isso, é importante que nas campanhas eleitorais se debata o estado da sociedade portuguesa com ideias claras e propostas autênticas que visem solucionar os problemas estruturais do país (analfabetismo, desemprego, trabalho precário, fraca produção industrial, corrupção, burocracia, pobreza), considera Jorge Ortiga.

Para o arcebispo é fundamental transparência na apresentação das propostas e absoluta honestidade na execução política. Seria insuportável para o país se enveredássemos pela lógica imediatista e pela apresentação de promessas enganadoras e ludibriadoras da real situação em que nos encontramos, alerta o presidente da CEP. E mais: Diante de tantos problemas, não podemos ficar inertes. Todos, diz o arcebispo devem contribuir para a solução. Impõe-se uma consciência crítica social apurada e um novo paradigma cultural que coloque a pessoa humana no centro das decisões, conclui.