Mário Linhares, 31 anos, casado há um ano e 45 dias, sem filhos, é professor de artes visuais e de religião e moral
Mário Linhares, 31 anos, casado há um ano e 45 dias, sem filhos, é professor de artes visuais e de religião e moralGosta “muito de desenhar, de tocar viola e de estar com pessoas”. Leigo missionário da Consolata, passa largas horas no Bairro do Zambujal com a sua viola- É difícil aturar os jovens?- Não! Difícil é aturar qualquer pro­fissão de que não se gosta. – Como são os jovens hoje?- Com muitas ideias, mas que nem sempre sabem como as colocar em prática. – Que criticas nos jovens?- a falta de coragem para reivindicar mais, para sair do comodismo. – Que jovens mais aprecias?- Os que têm a coragem de mostrar as suas convicções. – Como vês os seus pais?- Têm cada vez menos tempo para os filhos. – Como?- Há uma tendência para dar uma liberdade qb aos jovens. Quando bem aproveitada, é muito positivo. – Como é o tempo de hoje?- Um tempo espectacular. apesar da crise, é um tempo incrível de oportunidades. – Como vês a crise actual?- Um problema grande para o qual deveríamos estar disponíveis para agir voluntariamente. Nem sempre as pessoas com as capacidades certas estão a desempenhar as funções certas. – Causas da crise?- Viver com mais do que se pode está claramente a causar-nos problemas. – Como julgas os políticos?- É talvez a função mais difícil em Portugal, neste momento. O trigo e o joio estão misturados. Mas são todos olhados com muita desconfiança. – a sociedade é solidária?- Muito solidária, porque temos situações de crise profunda. Muita gente não sabe como ajudar. até gostava, mas faltam projectos. – Como vês o pluralismo racial da nossa sociedade?- É uma riqueza incrível que ainda não aproveitamos. Em vez de nos escondermos, cons­truindo muralhas à nossa volta, há que saber tirar proveito desta riqueza. – Que dizes da Igreja?- Vejo-a com muita vontade de caminhar, embora seja um caminho difícil.com muitos grupos, com muitas pontas de ousadia, de coragem, de novidade e de esperança. – Que criticas nela?- Desgosta-me, por vezes, ver tantos rituais, sem profundidade espiritual. – Que mais aprecias?- aprecio a fidelidade a Cristo. É o alicerce principal. – Qual a personalidade que mais admiras?- a pessoa que mais me surpreende é Jesus Cristo. – O último livro que leste?- Do Espiritual na arte, de Kandinsky e estou a ler o Hipopótamo de Deus, do Tolentino Mendonça. – O teu último filme?- Dos Homens e dos Deu­ses, um filme sobre uns monges trapistas, fran­­ceses. – Uma palavra para os leitores?- É missão ler as notícias da missão. Saber o que está a acontecer no mundo missionário é já sentir-mo-nos missão.