Mahamud abdi Omar, cidadão somali, é um exemplo de coragem. O facto de ser surdo não o impede de gerir um pequeno negócio de família, em Mogadí­scio, apesar desta ser uma das cidades mais perigosas do mundo
Mahamud abdi Omar, cidadão somali, é um exemplo de coragem. O facto de ser surdo não o impede de gerir um pequeno negócio de família, em Mogadí­scio, apesar desta ser uma das cidades mais perigosas do mundoSobreviver nesta cidade devastada pela guerra civil há já várias décadas é difícil para um cidadão comum, mas é muito mais para quem sofre de alguma deficiência. Mahamud abdi Omar gere uma loja de electrodomésticos, que o pai abriu há dez anos atrás. Ele dizia-me sempre que seria capaz de fazer tudo o que eu quisesse, apesar de saber das dificuldades que teria de enfrentar em Mogadíscio, recorda.

Vivo numa cidade em guerra, portanto tive de aprender os sinais que nos indicam que algo está para acontecer, conta, segundo a agência IRIN. as vibrações no solo mostram-lhe quando são usadas armas pesadas; pelo contrário o recurso a armas ligeiras é mais difícil de identificar para o homem de 25 anos que sofre de surdez. Recentemente, deslocava-se na rua quando começou um tiroteio, do qual só teve consciência quando viu um homem ferido cair à sua frente.

Tenho impressão de que passamos o tempo a correr de um refúgio para outro, revela. Mahamud abdi Omar gostaria de ter frequentado a escola, mas não teve essa oportunidade devido à sua deficiência. Não havia escolas para surdos. Mesmo assim considera-se um sortudo, por ter tido um pai que acreditou nele e que lhe fez compreender que não era menos capaz do que as outras crianças. Quando o pai morreu muitos duvidaram das suas capacidades para gerir o negócio. Mas o tempo provou o contrário. Não só sobrevivo, mas também progrido.