“Totus Tuus” (todo Teu Maria), era a divisa do brasão Pontifício que o acompanhou durante mais de 26 anos de entrega total ao ministério salví­fico da mensagem divina, tendo a Mãe de Deus como modelo e protectora
“Totus Tuus” (todo Teu Maria), era a divisa do brasão Pontifício que o acompanhou durante mais de 26 anos de entrega total ao ministério salví­fico da mensagem divina, tendo a Mãe de Deus como modelo e protectoraBento XVI, seu sucessor na cadeira de Pedro, irá presidir às cerimónias de beatificação de João Paulo II, que ocorrerão amanhã dia 1 de Maio, em Roma. aquele que muitos já consideravam santo em vida, muito cedo se entregou a Maria, inspirado na doutrina de São Luis Maria Grignont de Monfort e fez um precurso de fé que marcou a Igreja, os cristãos e até os que não acreditavam em Cristo.
Homem de uma fé inabalável, rompeu ideias pré-concebidas, deu voz aos mais fracos, espalhou e clarificou a doutrina da Igreja através de várias encíclicas e outros documentos. O seu pontificado foi assinalado por uma abertura ao mundo sem precedentes. Visitou 145 países em 210 visitas que fez por todo o globo. Foi o único Papa que – por duas vezes – se apresentou à comunidade internacional na assembleia-Geral das Nações Unidas (ONU). Foi na verdadeira acepção da palavra, um Papa precursor e peregrino.

a sua empatia com a juventude era notória. Em 2002, na mensagem dirigida à Jornada Mundial da Juventude realizada no Canadá, citou São Mateus “Vós sois o sal da terra… . Vós sois a luz do Mundo”, era assim que apreciava os jovens e os incentivava. O maior encontro de todos os tempos que teve com os mais novos ocorreu nas Jornadas da Juventude que se realizaram em Manilha, Filipinas, no ano de 1995 e em que foi recebido por mais de quatro milhões de jovens.

Karol Wojtyla foi também exemplo e símbolo para os povos, sendo um acérrimo defensor dos direitos da vida. Ele disse “O respeito à vida é fundamento de qualquer outro direito, inclusive o da liberdade”. a violência e a paz eram conceitos muito queridos nas suas vertentes. Da violência dizia “jamais resolve os conflitos, nem mesmo diminui suas consequências dramáticas”. Colocou a voz, a pena – e quantas vezes os serviços da Santa Sé – ao serviço da paz. O conceito que tinha era linear: “Não há paz sem justiça, não há paz sem perdão”.

Portugal, e especialmente Fátima, devem recordar com carinho João Paulo II, que no nosso país ficou conhecido como o Papa de Fátima. a sua ligação às aparições de Fátima torna-se mais concreta após a tentativa de assassinato de que foi vítima na Praça de S. Pedro a 13 de Maio de 1981. Mais tarde diria: “Tudo aquilo foi testemunho da graça divina. agca sabia disparar bem, e disparou certamente para me eliminar. Mas foi como se alguém tivesse guiado e desviado a bala”. O Pontífice sempre afirmou que a Virgem Maria lhe havia salvado a vida nesse dia.

Um ano depois, a 13 de Maio de 1982 e já recuperado, o Papa visitou pela primeira vez o Santuário de Nossa Senhora de Fátima para agradecer à Virgem. Nessa visita depositou no altar de Nossa Senhora a bala do atentado sofrido no ano anterior. ainda hoje a mesma se encontra na coroa da imagem de Fátima que está na Capelinha das aparições. Na sua última visita à Cova da Iria, que teve lugar em 12 e 13 de Maio de 2000, data em que beatificou os videntes Jacinta e Francisco, e fez o anúncio oficial da terceira parte do segredo de Fátima, ofereceu à Mãe o anel “Totus Tuus” (todo Teu Maria) como penhor de gratidão. Salvé ao novo Beato da Igreja.