«Comportamentos reprováveis, guiados pela sede de lucro imediato e a perda da noção dos limites na avaliação do risco» são causas na actual «fase particularmente grave da nossa história»
«Comportamentos reprováveis, guiados pela sede de lucro imediato e a perda da noção dos limites na avaliação do risco» são causas na actual «fase particularmente grave da nossa história» a crise é também uma oportunidade e um desafio, defende a Comissão Nacional Justiça e Paz. Mas para isso é necessário que comportamentos e motivações, e outros correlacionados, mudem radicalmente. O modelo de desenvolvimento da sociedade portuguesa terá de assentar, de modo inequívoco, nos três critérios fundamentais nesta matéria: a justiça, a solidariedade e o bem comum, salienta aquela organização católica.
a Comissão Nacional Justiça e Paz considera inaceitável o corte ou congelamento dos baixos salários, pensões ou outras prestações sociais. Os recursos necessários deverão advir dos estratos de rendimentos (do trabalho e do capital) mais altos. Na actual crise, o desemprego e o emprego precário são, sem dúvida, dos aspectos mais graves da presente crise. Daí ser necessário associar medidas conducentes à redução dos défices económicos e financeiros a políticas de crescimento económico, gerador de emprego e redutor das desigualdades de rendimento e riqueza, já que para a maioria das pessoas os rendimentos advêm do trabalho.

Para a Comissão Justiça e Paz não é, pois, legítimo responsabilizar indiscriminadamente toda a sociedade por uma situação que tem responsáveis e vítimas.com as eleições marcadas para 5 de Junho, o povo português certamente espera que a campanha eleitoral seja esclarecedora sobre a posição dos partidos concorrentes à luz da justiça social, da solidariedade e do bem comum, salienta a organização católica. ainda que no essencial, as propostas dos diferentes partidos sejam semelhantes, há diferenças.

a Comissão Nacional Justiça e Paz manifesta pena por os católicos se encontrarem divididos em relação às propostas partidárias apresentadas. É um grave contra-testemunho não dialogarmos sobre as bases evangélicas das nossas posições sociopolíticas e não procurarmos os entendimentos possíveis, nem oferecermos apoio transparente de retaguarda aos cristãos mais comprometidos na vida política e social, conclui.