a comissão pastoral da terra, órgão ligado à Conferência Nacional dos Bispos, lançou um relatório sobre a questão agrária no país, que aponta para o aumento de conflitos no campo, em 2010
a comissão pastoral da terra, órgão ligado à Conferência Nacional dos Bispos, lançou um relatório sobre a questão agrária no país, que aponta para o aumento de conflitos no campo, em 2010O relatório da CPT (Comissão Pastoral da Terra), divulgado na última semana, em Brasília, debruça-se sobre a violência que afecta os trabalhadores rurais e os povos tradicionais, em todo o país. O documento de 181 páginas, denominado Conflitos no Campo Brasil 2010, informa que houve um aumento de conflitos em 2010.

Os conflitos desencadearam-se, em particular, em situações de luta pela terra, trabalho e água. No total, registaram-se 1186 nas zonas rurais. Em 2010, houve 638 ocorrências de conflitos por causa da terra contra 528 no ano anterior. Os dados mais alarmantes são os que dizem respeito à luta pela água: 87 em 2010, o dobro em relação a 2009, que registou apenas 45 conflitos. O relatório aponta ainda que 65 por cento dos conflitos sucederam nos estados do Maranhão, Pará e Tocantins.

Queremos dizer que na terra ainda não existe paz porque esta terra ainda não é bem repartida e a Reforma agrária ainda não saiu do papel, considera Ladislau Biernaski, presidente da Comissão Pastoral da Terra. Segundo o prelado, o trabalho do relatório é uma referência sobre questões da terra no Brasil, que muitas universidades utilizam para fins de pesquisa.

Para o professor titular da Universidade de São Paulo, ariovaldo Umbelino, o relatório da CPT cresceu e ganhou espaço, sendo actualmente mais que um registo dos conflitos no Brasil. O relatório anual da CPT sobre conflitos no campo passou com o tempo de mero registo de conflitos para um documento de estudo de muito crédito no nosso país, destaca, Umbelino.