Comissão Interamericana de Direitos Humanos divulgou o seu relatório anual de 2010, no qual questiona a acção do Estado venezuelano em matéria de liberdades democráticas e insta o país a desmantelar os grupos de civis armados
Comissão Interamericana de Direitos Humanos divulgou o seu relatório anual de 2010, no qual questiona a acção do Estado venezuelano em matéria de liberdades democráticas e insta o país a desmantelar os grupos de civis armados a entidade autónoma da Organização dos Estados americanos, com sede em Washington, pede ao governo de Caracas para adoptar medidas urgentes encaminhadas a desmantelar os grupos civis armados que funcionam fora da lei e sancionar as acções ilícitas deste grupos para prevenir que actos de violência se repitam no futuro, refere a agência Lusa. Em Caracas, no bairro 23 de Janeiro, existem, segundo fontes não oficiais, 57 grupos de paramilitares que estão armados para defender o país de uma invasão estrangeira, entre os quais o La Piedrita, Montaraco, Ernesto Ché Guevara e alexis Vive. alguns dos membros destes grupos são procurados pelas autoridades por suspeita de assassínio e acusados de entrar à força nas instalações do canal de televisão privado de notícias, Globovisión, crítico de Hugo Chávez, e também de tomar o paço episcopal de Caracas.

a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) alerta sobre o desrespeito das garantias fundamentais, como a vida, vincando que, no entanto, o governo venezuelano reconhece o problema da violência e detecta falhas na execução dos planos de segurança. Por outro lado condena os excessos policiais para reprimir protestos, a censura aos meios de comunicação social e questiona a modificação da lei de telecomunicações. O documento, divulgado no fim da passada semana, adverte que o treino militar de civis não é adequado para o controlo da segurança interna e questiona a decisão governamental de incluir milhares de pessoa na Milícia Nacional Bolivariana. O relatório insiste para que o governo venezuelano garanta os direitos políticos das pessoas e promova a tolerância e o pluralismo, abstendo-se de exercer represálias ou utilizar o poder punitivo do estado para intimidar ou sancionar os cidadãos em virtude da sua opinião política. a CIDH pede também a garantia da efectiva separação de independência dos poderes públicos, a protecção da integridade pessoal dos comunicadores sociais, defensores de direitos humanos, sindicalistas, manifestantes, presos e homossexuais.

Segundo luso-descendente Humberto Lopes, ou “Che Bolivariano”, há 57 grupos paramilitares armados perto do palácio presidencial de Miraflores, em Caracas. Têm como finalidade defender o país do crime e de uma invasão estrangeira. O luso-descendente é uma polémica figura do bairro 23 de Janeiro popular na Venezuela, onde é conhecido como o Ché Bolivariano pelas suas semelhanças com o guerrilheiro argentino e ideólogo da revolução cubana. Sou um paramilitar, todos os colectivos do 23 de Janeiro são paramilitares, temos armas e temos directrizes, declarou à Lusa. Pertenço ao Coletivo La Piedrita, somos rebeldes, não somos anárquicos, nem tontos, sabemos o que são as leis e até onde podemos chegar, se nos invadirem. Segundo o luso-descendente, este grupo é uma comuna, sem controlo no dinheiro público: apenas vigiamos que se cumpram a leis e propostas do presidente. Estamos com o Partido Socialista Unido da Venezuela, porque consideramos que é o que dita a democracia socialista representativa sob a directiva do presidente Chávez, o democrata número um do mundo.