Bispos europeus acolhem a “Primavera árabe como sinal de esperança”, enviam recados à União Europeia e propõem acções a nível eclesial. a Comissão dos Episcopados europeus reuniu-se em Bruxelas para debater a situação das «Igrejas do Maghreb e Mashriq»
Bispos europeus acolhem a “Primavera árabe como sinal de esperança”, enviam recados à União Europeia e propõem acções a nível eclesial. a Comissão dos Episcopados europeus reuniu-se em Bruxelas para debater a situação das «Igrejas do Maghreb e Mashriq»após décadas de impasse diplomático e de conflitos no Oriente Médio e Norte da África, as revoltas populares na Tunísia, Egipto, Líbia e outros países árabes representam uma procura legítima da liberdade e da dignidade humana de milhões de pessoas, lê-se no documento conclusivo dos bispos europeus, reunidos a 6 de abril, na COMECE (Comissão dos Episcopados da Comunidade Europeia). Os prelados encorajam os cidadãos a continuar o seu compromisso para a instituição dos direitos fundamentais e da democracia e prestam uma especial homenagem às jovens gerações que têm desempenhado um papel de primeiro plano no lançamento e na organização desta revolta de modo corajoso, pacífico e ecuménico. Os bispos acreditam que os cristãos destes países partilhem uma cidadania comum com os seus concidadãos de outras religiões e que todas as religiões constituem parte integrante das suas sociedades. Por isso dirigem-lhes o convite a contribuir, na base da própria fé, para a mudança democrática do seu país.

Os bispos dirigem algumas recomendações à União Europeia (UE). São urgentes e necessárias mais informações e solidariedade concreta entre os estados da UE para ajudá-los a fazer face ao afluxo de imigrantes e refugiados provenientes do Norte de África e do Médio Oriente. É necessário contribuir para melhorar a deplorável situação que se verifica nesses países, promovendo a modernização e a democratização. É fundamental sublinhar a importância de garantir iguais direitos a todos os cidadãos desses países, independentemente da etnia ou religião.

além disso os bispos europeus querem propor reuniões regulares com os bispos do Norte de África e do Médio Oriente, para promover a reflexão sobre Democracia e religião”, juntando cristãos e muçulmanos. Numa carta dirigida aos irmãos daquelas zonas, os bispos da COMECE exprimem solidariedade e comunhão partilhada na oração e declaram como intoleráveis a falta de segurança e as ameaças que as minorias cristãs são obrigadas a enfrentar, cada vez mais, no mundo árabe. Manifestam também a sua preocupação pelo modo como as minorias religiosas estão a ser tratadas na Europa e convidam todos os cidadãos, especialmente os cristãos e os líderes políticos da UE, a assumirem as próprias responsabilidades na promoção do diálogo entre culturas e civilizações na Europa e no resto do mundo.