O presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social, Carlos azevedo, apelou hoje à união e comunhão de esforços na sociedade portuguesa, “atitude fundamental” para ultrapassar a actual situação de crise e gerar um “ambiente novo” em Portugal
O presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social, Carlos azevedo, apelou hoje à união e comunhão de esforços na sociedade portuguesa, “atitude fundamental” para ultrapassar a actual situação de crise e gerar um “ambiente novo” em PortugalÉ sobretudo preciso criar uma grande comunhão entre todos. Cada um deve procurar agregar-se aos outros que já fazem, sejam quem for, sejam católicos ou não sejam. Vamos unir esforços, porque as necessidades vão ser tantas, nos próximos anos, que temos de estar muito unidos, disse hoje Carlos azevedo. Em declarações durante o Conselho Geral da Cáritas Portuguesa, que decorre até domingo, 10 de abril, na Figueira da Foz, o presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social classificou a união de esforços como uma atitude fundamental e manifestou-se confiante no engenho dos portugueses em ultrapassarem a actual situação de crise, refere a agência Lusa.

Nós costumamos dizer que Deus escreve direito por linhas tortas. Esta situação muito difícil economicamente também nos leva ao engenho de encontrarmos saídas, sublinhou Carlos azevedo. Portugal é engenhoso. É capaz de encontrar, não em engenharias financeiras desgraçadas, mas em caminhos de união e com capacidade imaginativa e criativa, saídas que não serão rápidas, mas que nos dão a consistência de, daqui a alguns anos, podermos estar num ambiente novo, sustentou o prelado.
À margem do Conselho Geral da Cáritas Portuguesa, reunido na Figueira da Foz, Eugénio da Fonseca, presidente da instituição, revelou que a “velocidade” com que têm surgido os novos casos de pedidos de ajuda leva à existência de “listas de espera” no atendimento. “Já estamos com pessoas em lista de espera para Maio para poderem ter o primeiro atendimento, a primeira resposta. Esta não é a prática da instituição, mas já estão na exaustão os recursos humanos de que a Cáritas dispõe”. Fala-se numa média de 40 por cento de aumento dos pedidos de ajuda. Por outro lado, Eugénio da Fonseca frisou que, para além dos casos novos, os cortes em algumas prestações sociais “aumentaram a gravidade das carências” das famílias que já vinham a ser acompanhadas. a situação motivada pela actual crise obrigou a instituição a “recuar” em muitos projectos “até mais estruturantes”, como a criação de formas de sustento autónomas para famílias carenciadas para concentrar esforços e meios financeiros na ajuda assistencial.