«O homem contemporâneo deve jejuar, isto é, abster-se não só do alimento ou das bebidas, mas de muitos outros meios de consumo, como de estimular e satisfazer os sentidos»
«O homem contemporâneo deve jejuar, isto é, abster-se não só do alimento ou das bebidas, mas de muitos outros meios de consumo, como de estimular e satisfazer os sentidos»Na segunda conferência quaresmal, o bispo auxiliar do Porto defendeu que jejuar significa abster-se, renunciar a alguma coisa. Nesta Quaresma, os bispos auxiliares de Manuel Clemente apresentam as suas reflexões sobre a caridade, o jejum e a oração. João Lavrador aponta a renúncia às sensações, aos estímulos, aos prazeres e ainda ao alimento ou às bebidas, não como fim de si mesma. Tal renúncia, tal mortificação deve servir para criar no homem as condições para poder viver os valores superiores, afirma lembrando palavras de João Paulo II, em 1979.
Bento XVI lembra que nos nossos dias, a prática do jejum parece ter perdido um pouco do seu valor espiritual e ter adquirido antes, numa cultura marcada pela busca da satisfação material, o valor de uma medida terapêutica para a cura do próprio corpo, realça o prelado. O jejuar é, para os crentes, uma ‘terapia’ para curar tudo o que os impede de se conformarem com a vontade de Deus. Nestes quarenta dias de jejum, o desafio proposto por João Lavrador é o de tornando mais pobre a nossa mesa aprendermos a superar o egoísmo para viver na lógica da doação e do amor; suportando as privações de algumas coisas – e não só do supérfluo.