Bento XVI autorizou a publicação do decreto que proclama que a missionária da Consolata italiana, irmã Irene Stefani, falecida em 1930, a 31 de Outubro, aos 39 anos, viveu de modo heróico as virtudes cristãs em terras de África
Bento XVI autorizou a publicação do decreto que proclama que a missionária da Consolata italiana, irmã Irene Stefani, falecida em 1930, a 31 de Outubro, aos 39 anos, viveu de modo heróico as virtudes cristãs em terras de África a 2 de abril, Bento XVI recebeu em audiência privada o cardeal angelo amato, presidente da congregação para as causas dos santos. O Santo Padre autorizou a congregação a promulgar o decreto relativo às virtudes heróicas da serva de Deus Irene Stefani, religiosa professa do Instituto das Missionárias da Consolata. Este passo abre o caminho para o início do processo de beatificação da serva de Deus.

Chamada carinhosamente pelos africanos, Nyaatha, a mãe toda piedade e amor, a irmã Irene gastou toda a sua breve vida, de apenas 39 anos, ao serviço da missão em África. Nascida em Bréscia, Itália, em 22 de agosto de 1891, morreu em Gikondi, Quénia, a 31 de Outubro de 1930. Nos anos da sua juventude, distinguiu-se pela sua inteligência vivaz e, na paróquia, frequentava a catequese com entusiasmo. Já aos 13 anos revelou aos pais o desejo de ser religiosa. Teve que esperar, mas, aos 15 anos, morreu-lhe a mãe, sendo forçada a deixar os estudos para ajudar a família, de cinco irmãos, alguns em tenra idade. Mas o seu desejo de ser missionária não esmoreceu, tendo pedido para entrar nas Missionárias da Consolata, uma congregação acabada de ser fundada, em 1910.

Recebida em 1911, pelo fundador do instituto, José allamano, é a 27a jovem desta família religiosa. Vive com grande radicalidade, suma obediência e profunda humildade, os seus anos de formação, em Turim. Em 1912, faz a vestição religiosa, recebendo o nome de irmã Irene. Dois anos mais tarde, em 29 Janeiro de 1914, emite a primeira profissão religiosa e, em Dezembro, parte para as missões do Quénia, de onde não voltará mais à Itália. Em África, em tempo de guerra, nos hospitais militares, dedicou-se aos doentes deixados sozinhos, no desespero. Limpou chagas, curou feridas distribuiu sorrisos e palavras de esperança, e baptizou muitos moribundos.

Terminada a guerra, foi destinada à missão de Ghekondi, Quénia, onde passou o resto da sua vida. a sua intensa actividade missionária desenrola-se no ensino e na catequese. Mas, como mulher de grande caridade, dedica-se sobretudo aos doentes e moribundos, às mulheres grávidas, aos jovens e a quem, simplesmente, a procurava. Passa as noites, qual secretária dos pobres, a escrever cartas, em nome dos pais analfabetos, dirigidas aos filhos que estão na cidade a trabalhar. Nestes anos, administra mais de mil baptismos, geralmente a moribundos que vela até a morte. Em 1930, chega ao fim da sua carreira, feliz por poder oferecer a sua vida pelas missões. Firme e dedicada, junto dos doentes de peste, num período de pestilência, Irene morre vítima desta doença, em 31 de Outubro. Os africanos tinham-na como uma santa e chamavam-na, com carinho e respeito: “Nyaatha”, a mãe toda piedade e amor.