Dar Cristo ao mundo, para que todo o homem se abra à sua vocação de ser luz por meio da vivência da fé. Evangelho claro, ní­tido e luminoso para todos os corações que querem ver ou em quem já brilha a Luz
Dar Cristo ao mundo, para que todo o homem se abra à sua vocação de ser luz por meio da vivência da fé. Evangelho claro, ní­tido e luminoso para todos os corações que querem ver ou em quem já brilha a LuzDisse Jesus ao cego que tinha curado: Tu acreditas no Filho do Homem?. Ele respondeu-Lhe: Mas quem é, Senhor, para eu acreditar nele?. Disse-lhe Jesus: Já o viste. É aquele que está a falar contigo. Então o homem exclamou: Eu creio, Senhor. E prostrou-se diante dele. Este texto do evangelho de São João (9, 35-38) traz-me à mente um certo homem que encontrei, há tempos, na encruzilhada de duas grandes ruas do centro da cidade de Madrid. Tinha uns óculos pretos que lhe cobriam os olhos e parte do rosto, do nariz até aos ouvidos. Quando os dois amigos, que me acompanhavam, mo apresentaram, ele disse-me: Olhe! Houve tempos na minha vida em que tinha olhos e não via, agora sou cego e vejo. Dito isto, tirou os óculos. Nas zonas cobertas pelos óculos não havia nada de olhos, parte do nariz e parte das têmporas. Durante a Guerra civil de Espanha, uma bala tinha-lhe levado tudo. Do desespero, conseguiu chegar a Cristo. E, admiravelmente, Cristo tornou-se a Luz do seu viver. Decidiu passar o resto da vida nas ruas a dizer a todos que Cristo vale a pena, que seguindo a sua luz, nunca se erra o caminho. O evangelho de hoje apresenta-nos um cego de nascença. a passagem de Cristo perto dele dá-lhe uma esperança sem limites. E, em paga, Cristo dá luz aos seus olhos.

Vi, há dias, na Internet uma série de fotos de mapas que mostram, de noite, a imensa quantidade de luzes das maiores cidades do nosso planeta. São encantadoras estas luzes que a tecnologia soube criar. É verdade que também há trevas na nossa terra, que tão bela parece vista lá de cima, dos satélites. Diz a Palavra de Deus: Cobrem as trevas a terra e a escuridão os povos (Isaías 60, 2). E ainda: a Luz brilhou nas trevas, mas as trevas não a receberam (João 1,5). Olhos abertos, corações cegos! Uma nuvem espessa de tristeza tolda a muitos o caminho para a felicidade que traz a luz. Há corações em que não freme ainda o ritmo da alegria, onde ainda não corre suave e benfazejo o sangue luminoso nas artérias da vida.

Seria maravilhoso podermos contemplar um mapa da terra, onde se vissem as luzes de cada coração e de cada alma onde mora a luz do Espírito do Senhor, onde moram as luzes do amor a Deus e do amor ao próximo. Que luzes! Que arco-íris a iluminar este mundo que é o nosso! Condutores de luz nas nossas terras, a darem brilho a quem vive nas trevas do erro, da tristeza, da injustiça, da pobreza! Voluntários que daqui partem para terras longínquas, fachos luminosos para as gentes de lugares onde não brilha o sol das andorinhas, onde as crianças ainda não aprenderam a sorrir e a saborear o amor!

ao cego do evangelho disse Cristo: Vai, lava-te na piscina de Siloé (que significa: Enviado). Ele foi, lavou-se e começou a ver. É a nossa tarefa na sociedade de hoje: lavar vidas nas águas de Siloé. Mas o Enviado é Cristo, a sua piscina é a Igreja, as suas águas são o Espírito de Deus. Lavar-se em Siloé é regozijar-se na Luz. Só nessa luz saberemos quem somos, aprenderemos a alegrar-nos na piscina, viveremos do arco-íris. Ter luz! Ser luz! Dar luz! Dar Cristo ao mundo, para que todo o homem se abra à sua vocação de ser luz por meio da vivência da fé. Evangelho claro, nítido e luminoso para todos os corações que querem ver ou em quem já brilha a Luz.