Lula da Silva recebeu o prémio do Conselho da Europa para 2010, das mãos do presidente da República, Cavaco Silva, numa cerimónia na assembleia da República, a 29 de Março
Lula da Silva recebeu o prémio do Conselho da Europa para 2010, das mãos do presidente da República, Cavaco Silva, numa cerimónia na assembleia da República, a 29 de MarçoO ex- presidente do Brasil, que ocupou o cargo durante oito anos, partilhou o prémio com Louise arbour, presidente do International Crisis Group e antiga Comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos e procuradora-geral do Tribunal Penal Internacional para a ex-Jugoslávia. ambos receberam o prémio na assembleia da República.
Louise arbour foi distinguida pelo Centro Norte-Sul do Conselho da Europa pelo seu percurso em prol da defesa dos direitos humanos. Lula da Silva foi galardoado pelos seus esforços no combate à pobreza e pela promoção do diálogo entre os países do Sul e entre estes e o Norte.

O prémio representa um ideal que penso ser muito significativo, o ideal da solidariedade norte-sul, ao contrário do que vemos tão frequentemente, que são tensões e desacordos entre os países mais desenvolvidos e ricos e aqueles que têm todo o direito a aspirar às mesmas coisas. Representa um ideal que eu subscrevo, e estou muito honrada de o receber com o [ex-] presidente [brasileiro, Luiz Inácio] Lula [da Silva], disse, em declarações à agência Lusa.

O desenvolvimento económico tem de estar ao serviço da redução das desigualdades sociais, sem paternalismo, promovendo a inclusão das pessoas mais pobres à plena cidadania, para que sejam protagonistas, expressem as suas vontades, lutem e obtenham conquistas dentro de um processo democrático, afirmou Lula ao receber o galardão.

Para o ex-presidente o processo democrático ganha nova dimensão quando acompanhado da garantia dos direitos económicos e sociais vários, da redução das desigualdades e da construção de uma sociedade mais justa do ponto de vista social e económico. O brasileiro salientou ainda que o conceito de direitos humanos vai além da garantia das liberdades individuais, da faculdade de expressão e de escolha dos seus dirigentes.