Potências militares ocidentais começaram a bombardear, por ar e mar, sábado 19 de Março, alvos seleccionados da Líbia. a finalidade é parar a repressão do regime autoritário de Mouammar Kadhafi, que ameaçou fazer do Mediterrâneo um «campo de batalha»
Potências militares ocidentais começaram a bombardear, por ar e mar, sábado 19 de Março, alvos seleccionados da Líbia. a finalidade é parar a repressão do regime autoritário de Mouammar Kadhafi, que ameaçou fazer do Mediterrâneo um «campo de batalha»O Mediterrâneo tornou-se um verdadeiro campo de batalha, declarou o coronel Kadhafi, numa curta intervenção na televisão oficial, sábado ao fim da tarde. Os interesses dos países que participam na agressão [França, Grão Bretanha e Estados Unidos] estão em perigo. O líder líbio preveniu as Nações Unidas de que haveriam de lamentar a ingerência no seu país e apelou aos povos árabes, africanos e latino-americanos para apoiarem o povo líbio. após semanas de hesitações, um mandato das Nações Unidas, com apoio árabe, e uma reunião extraordinária em Paris resultaram na intervenção militar desejada pela oposição líbia. Os sucessivos apelos ao líder Kadhafi, para que abandonasse o poder após 40 anos de exercício, não foram escutados e provocaram a actual crise, cujas consequências são imprevisíveis.

a intervenção internacional foi saudada com tiros de alegria, em al-Marj, a cerca de 100 quilómetros de Benghazi. Havia o medo de uma vitória do regime líbio, que tinha conseguido reaver o controlo de várias cidades, numa contra-ofensiva dos últimos dias. a resolução das Nações Unidas impõe uma zona de exclusão aérea na Líbia e autorizou os bombardeamentos contra as tropas de Kadhafi, para as obrigar a parar com a repressão que já fez centenas de mortos e causou 300 mil refugiados, desde 15 de Fevereiro. Mas as autoridades da Líbia já acusam os agressores de terem atingido objectivos civis, entre outros, um hospital, e de terem provocado “numerosas vítimas civis.

Temendo o pior, milhares de pessoas começaram a abandonar Benghazi. ao longo das estradas, os passageiros deste êxodo puderam beneficiar da solidariedade dos habitantes que oferecem água, alimentação e alojamento. a Cruz Vermelha internacional já alertou para os riscos que pairam sobre a população civil e apelou para que os intervenientes no conflito respeitem rigorosamente o direito internacional humanitário. Um acção destinada a proteger os civis está na iminência de aumentar tragicamente o número de novas vítimas.