«Onde a diferença cultural implica desumanização e mutilação do outro, aí­ ela encontra o seu limite e deve ser coibida», afirma um teólogo brasileiro, em referência à mutilação feminina
«Onde a diferença cultural implica desumanização e mutilação do outro, aí­ ela encontra o seu limite e deve ser coibida», afirma um teólogo brasileiro, em referência à mutilação femininaDevemos ser críticos uns para com os outros, para identificar práticas desumanas que não devem ser toleradas, defende Leonardo Boff, teólogo brasileiro. Num recente artigo de opinião, divulgado pela agência adital, o também filósofo e escritor, denuncia a mutilação genital feminina com um acto de crueldade. Trata-se de uma prática cultural bastante enraizada na África, Ásia e Médio Oriente, que afecta três milhões de adolescentes e jovens mulheres, por ano.

a intervenção é feita sem qualquer preocupação higiénica com tesouras, facas, navalhas, agulhas e até pedaços afiados de vidro, reitera. São inimagináveis os gritos de dor e de horror, as hemorragias e as infecções que podem levar à morte, os choques emocionais e padecimentos sem conta, que alguns vídeos na internet demonstram.

Na Europa a prática é criminalizada. as mães levam então as filhas aos países de origem, a pretexto de conhecerem os parentes. E aí são surpreendidas com tal horror que mais que uma prática cultural é uma agressão e grave violação dos direitos humanos, lembra o teólogo. aponta duas razões que desqualificam determinadas tradições: o sofrimento e a carta dos direitos humanos das Nações Unidas de 1948. Onde a diferença cultural implica desumanização e mutilação do outro, aí ela encontra o seu limite e deve ser coibida, lembra.