Gonçalo da Silveira, famoso missionário português, foi morto a 15 de Março de 1561, em Moçambique. Primeiro mártir da África austral, foi declarado venerável, mas o processo de beatificação, há muito introduzido, tarda em avançar
Gonçalo da Silveira, famoso missionário português, foi morto a 15 de Março de 1561, em Moçambique. Primeiro mártir da África austral, foi declarado venerável, mas o processo de beatificação, há muito introduzido, tarda em avançarNascido a 23 de Fevereiro de 1521, em almeirim, Portugal, no seio de uma família nobre, Gonçalo da Silveira sentiu-se chamado à vida religiosa, tendo entrado na Companhia de Jesus. Jovem padre, experimentou o desejo ardente de ser missionário em terras do Oriente, para onde partiu em 30 de Março de 1556. Em Setembro desse ano, chegou à Índia. Foi missionário em Goa e, em seguida, superior provincial dos Jesuítas. Em 1559, quando os jesuítas de Goa decidiram iniciar a evangelização em Moçambique, logo Gonçalo da Silveira se ofereceu para esta missão. Chegou à Ilha de Moçambique a 4 de Fevereiro de 1560 com dois colegas. Uma semana depois, rumam a Inhambane, onde chegaram a 4 de abril. Daqui, continuaram viagem até à região de Mocumbi. Em Tongue, capital do reino de Gamba, foram bem recebidos e bem sucedidos. O rei converteu-se e recebeu o baptismo, juntamente com os seus filhos.

Todavia, a meta dos missionários jesuítas era alcançar o reino do Monomotapa, no centro de Moçambique, a fim de converterem a sua população. Movido por grande zelo missionário, o padre Gonçalo da Silveira não tardou a partir sozinho para lá, a fim de iniciar a evangelização. atinge a corte do Monomotapa, depois de ter atravessado Quelimane, Sena e Tete, a 1 de Janeiro de 1951, onde foi bem acolhido. Foi em seguida recebido pelo rei, que lhe perguntou qual era o seu objectivo: Quer vacas, ouro, mulheres ou terras?”, ao que Gonçalo da Silveira respondeu: “Nada preciso dessas coisas, mas de sua alteza”. Depois de uma breve catequese, o rei fez-se cristão, tendo sido baptizado numa cerimónia solene. Foi-lhe dado o nome de Sebastião em honra do rei de Portugal.com ele, joram baptizadas mais 300 pessoas.

a facção árabe da corte, incomodada com esta presença cristã, moveu-se junto do imperador, convencendo-o que Gonçalo da Silveira era a ponta de lança de uma futura invasão portuguesa. O imperador autorizou então a sua eliminação física. alertado para a conspiração que se montava contra a sua vida, gonçalo da Silveira recusa abandonar a corte. Na noite de 15 de Março de 1561, um grupo de homens entrou no lugar onde dormia, agarraram-no e lançaram-lhe uma corda ao pescoço, sufocando-o. Foi depois arrastado para o rio Mosenguese, onde o lançaram. a morte deste santo causou espanto e indignação em toda a Europa e também em Goa. Em Portugal o rei dom Sebastião ficou tão consternado que até ordenou uma expedição punitiva contra o Monomotapa, o que de pouco ou nada valeu.

Gonçalo da Silveira é reconhecido pela Igreja como venerável, estando já introduzido há muito tempo o processo da sua beatificação. Na reabertura do Concílio Vaticano II, Sebastião Soares de Resende, primeiro bispo da Beira, renovou, em nome dos bispos de Moçambique, o pedido da glorificação canónica do misisonário mártir. Mais recentemente, o Núncio apostólico em Moçambique, Peter Zurbriggen, mostrou-se muito interessado em levá-lo aos altares, mas as informações provenientes do secretariado da postulação das causas de jesuítas, na Cúria Geral, em Roma, não foram animadoras.