Uma crise que se estende ao sentido da própria civilização moderna, considera um perito brasileiro. O desenvolvimento tecnológico aliado ao capitalismo aumentou o fosso entre os seres humanos
Uma crise que se estende ao sentido da própria civilização moderna, considera um perito brasileiro. O desenvolvimento tecnológico aliado ao capitalismo aumentou o fosso entre os seres humanosPor um lado cresce cada vez mais a sensibilidade na sociedade a respeito das questões ecológicas; por outro lado, percebe-se um imobilismo quando se trata de programar acções concretas, sobretudo, quando isto envolve interesses económicos, constata Manfredo araújo de Oliveira. Para o especialista em filosofia, citado pela agência adital,trata-se de um paradoxo da vida colectiva. Importa compreender que a crise ecológica é na realidade a manifestação de uma crise bem maior, mais ampla e mais profunda que tem a ver com o sentido da própria civilização moderna e que se concretiza nas crises económico-financeira, alimentar, ecológica, energética e do trabalho que são profundamente inter-relacionadas e interdependentes. O desenvolvimento tecnológico aliado ao capitalismo aumentou a distância entre os seres humanos: entre ricos e pobres, entre o Norte e o Sul do planeta. a fome, a miséria e a pobreza remetem milhões de pessoas para situações humilhantes, observa o também professor da Universidade Federal do Ceará. Um modelo que provocou a crescente destruição do meio ambiente e trouxe problemas globais, que ameaçam toda a humanidade. O aquecimento global, a destruição da camada de ozono, o derretimento dos glaciares são responsáveis pelo aumento das regiões desérticas e das inundações. Manfredo araujo de Oliveira deixa uma interrogação em jeito de alerta: Não seria necessário reconhecer que esta crise nos está encaminhando para um novo paradigma civilizacional?