Deus criou o ser humano livre e responsável para viver, crer e amar. Ele é Liberdade e permitiu a nossa participação como um dom, coisa que os homens não podem mudar
Deus criou o ser humano livre e responsável para viver, crer e amar. Ele é Liberdade e permitiu a nossa participação como um dom, coisa que os homens não podem mudarO homem é um ser inteligente e distingue-se dos demais por poder pensar e expressar o seu pensamento em palavras e acções, daí advém a ânsia do querer algo de melhor para si e/ou para os outros. assistimos nos últimos tempos a uma acentuada procura (cada vez maior) da independência individual e colectiva, fruto do desejo de bem-estar que o ser humano sempre perseguiu, chegando a dar a vida na tentativa da sua obtenção.
Não é nova esta postura, pois desde que Deus nos criou à sua imagem e semelhança e lhe soprou o alento de vida, ou seja, a alma que uniu a esse corpo, o desejo é mais que humano, pois toca o sobrenatural. Esta é a explicação mais simples que nos ocorre para, de certa forma, justificar a onda do desejo de emancipação de povos que continua a varrer parte do Mundo e que nas últimas décadas se expandiu de forma tão célere. O homem tomou consciência daquilo que considera os seus direitos e isso levou-o à luta pelos mesmos de uma forma colectiva, desde as aldeias às cidades, e procurando na união de países com os mesmos objectivos a força para o conseguir.

Os governos de cada povo que se emanciparam à luz do direito internacional, que emergiu colectivamente através da Sociedade das Nações idealizada em 1919, (curiosamente formada na Conferência de Paz de Paris, após o fim da primeira guerra mundial e a que aderiram 44 Estados, dando lugar em 1946 à actual Organização das Nações Unidas – ONU) acabaram por criar uma nova ordem internacional para o desenvolvimento e respeito dos direitos dos países envolvidos. Contudo, mesmo sob a capa da ONU, não foi possível ver reconhecido por todos os países os direitos quer do indivíduo, quer das nações, pois aqueles que assumiram ou receberam o poder para governar não respeitavam (e, infelizmente ainda há muitos que não o fazem) o princípio dos direitos humanos.

após a década de 60 o movimento de independência de territórios estendeu-se a África, continente onde surgiram diversos países, e continuou um pouco por outros, que entretanto viram reconhecido esse direito colectivo enquanto nação. Mais tarde foi na Europa e vimos a Rússia (URSS) gerar novos países. agora está a acontecer no Médio Oriente, mas desta vez com um cariz um pouco diferente, tendo em conta o tipo de cultura e riqueza existente naqueles territórios.

O rastilho para os manifestos contra a ditadura em onze países daquela região ocorreu há quase três meses. Foi o acto desesperado de Mohamed Bouazizi, um jovem tunisino desempregado, que no dia 17 de Dezembro ateou fogo ao próprio corpo, quando as autoridades da sua cidade o impediram de vender legumes nas ruas de Sidi Bouzid. Desde então, dois impérios foram derrubados: Tunísia e Egipto. Restam ainda nove que lutam pela mudança das ditaduras existentes. Mas há algo comum em todas estas sublevações do povo: o poder abusivo daqueles que governam, não respeitando os seus direitos e dessa forma não permitindo que as pessoas usufruam da riqueza criada e tenham uma vida digna, enquanto seres humanos, o que vai contra a vontade divina.