Pesquisa revela que, em cada dois minutos, cinco mulheres são violentamente espancadas no país. 15 por cento dos homens, agressores, não estão arrependidos
Pesquisa revela que, em cada dois minutos, cinco mulheres são violentamente espancadas no país. 15 por cento dos homens, agressores, não estão arrependidos a taxa de mulheres que já sofreu algum tipo de violência, apesar de ter diminuído dez por cento no último decénio, continua alta no país. É a conclusão de uma pesquisa sobre violência de género, divulgada pelo Jornal Brasil atual e realizada pela Fundação Perseu abramo. O estudo indica que, em cada dois minutos, cinco mulheres são agredidas e violentamente espancadas no Brasil.

Gustavo Ventura, professor do departamento de sociologia da USP (Universidade de São Paulo) e supervisor da pesquisa, considera que o problema da violência contra a mulher no país ainda é grave. ainda existe opressão contra a mulher em várias dimensões da sua vida, particularmente neste aspecto da violência de género, que é a maior parte das vezes uma violência no âmbito doméstico. Outras formas de violência foram analisadas: a sexual, a psicológica e a restrição da sua liberdade.

a pesquisa também ouviu os homens sobre a questão. Oito por cento admite já ter batido numa mulher; metade dos entrevistados afirmam ter amigos que já bateram ou costumam a bater na mulher. Dos homens que assumiram o facto, 14 por cento consideram que agiram bem e 15 por cento afirmam que o fariam novamente.

Para Fernanda Estima, militante da marcha mundial das mulheres, a pesquisa mostra a dimensão do machismo da sociedade brasileira. O machismo existe, ele é concreto e a gente pode dimensioná-lo inclusive a partir desses números. a responsável constata que, apesar dos avanços nesta área, ainda há falta de políticas públicas voltadas para as mulheres, para evitar este tipo de violência.