abri, Senhor, os nossos corações para aceitarmos a palavra do vosso Filho. O templo de Deus é santo, e nós somos esse templo, canta-se no aleluia da Eucaristia do sétimo domingo do tempo comum
abri, Senhor, os nossos corações para aceitarmos a palavra do vosso Filho. O templo de Deus é santo, e nós somos esse templo, canta-se no aleluia da Eucaristia do sétimo domingo do tempo comumSede santos porque eu, o Senhor vosso Deus, sou santo (1a leitura). Do livro do Levítico, a afirmação refere-se a uma santidade religiosa, moral e cultual – que caracteriza o culto que devemos prestar a Deus. Tem como fundamento a própria santidade de Deus e é-nos comunicada por Ele. Para isso nos escolheu. No Novo Testamento, o sentido da palavra santidade em nós recebe uma profundidade mais densa, pois implica uma regeneração total da nossa vida, que é feita pela acção do Espírito Santo de Deus em nós. Naturalmente, exige a nossa colaboração. Mas é natural que atingirmos a santidade de Deus, que é infinita. Para nós, ser santos implica aceitar Deus como nosso pai, legislador, salvador e modelo.

Sabemos, por experiência, que cada um de nós, como afirma um provérbio filosófico, compreende as coisas à sua maneira, incluindo, muitas vezes, a Palavra de Deus. Por exemplo, há quem pense que vingar-se de quem nos fez mal sem razão alguma pode considerar-se um acto de justiça produzido pelo nosso instinto de preservação. Do ponto de vista humano, como podemos amar quem nos calunia, quem nos despreza, sem razão aparente? Quem, por um complexo de egoísmo e narcisismo, mostra mesmo nojo para com a nossa pessoa?

Depois de tantos séculos de guerras e guerrilhas, de ódios e desprezos, de discriminações e complexos de superioridade – coisas que, às vezes, caracterizam a vida de indivíduos, de famílias, de grupos, de comunidades religiosas – temos de dar a mão à palmatória: só seguindo o exemplo e o ensinamento do nosso Mestre Jesus Cristo poderão jamais estas coisas mudar de rumo seriamente na nossa vida. Ele mesmo o afirmou sem nos deixar possibilidade de apelo: Chamais-me mestre’ e senhor’, e dizeis bem, porque o sou (João 13, 13). aceitar Cristo como nosso mestre no que se refere ao nosso comportamento, à nossa vida, traz consigo um sentido profundo de realização. Ele próprio ensinou: Bem-aventurados sereis quando vos insultarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo o género de calúnias contra vós pois grande será a vossa recompensa nos Céus. Muitas poderão ser as dificuldades na prática da vida cristã. Mas Jesus diz-nos que vai estar sempre connosco. Em Fátima, a Virgem Mãe prometeu que o seu Coração Imaculado quer ser sempre o nosso refúgio. E, como chave de oiro, diz-nos Jesus: Vinde a mim todos vós que andais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque eu sou manso e humilde de coração. E então encontrareis descanso para o vosso espírito (Mateus 11, 28-29). Nem o rei Midas, que transformava em oiro tudo o que tocava, conseguiria fazer o que por nós Cristo faz.