“Se quiseres podes guardar os mandamentos: ser fiel depende da tua vontade… Deus não deu a ninguém a licença de cometer o pecado”, lê-se em Ben Sirá 15, 15. 21
“Se quiseres podes guardar os mandamentos: ser fiel depende da tua vontade… Deus não deu a ninguém a licença de cometer o pecado”, lê-se em Ben Sirá 15, 15. 21… E depois também há aquela daquele que, durante quinze anos, rezou a Deus que o abençoasse para que lhe saísse a sorte grande. Nunca lhe calhou nem um miserável cêntimo. Na sua oração, lamentou-se tristemente com Deus, que lhe disse: Bem! Se tanto desejavas a sorte grande, podias ter comprado um bilhete, ao menos uma vez. Contemplando o quadro que nos oferece a humanidade, vemos que há quem tenha pouco, mas contenta-se com o que tem. a quem se contenta, nada falta. Há quem tenha muito e sempre deseja mais, sem nunca satisfazer o seu apetite. Há mesmo aqueles que são capazes de cometer todas as injustiças para continuarem a aumentar a sua fortuna. Saber ser feliz, é uma sabedoria humana e divina, ao mesmo tempo, uma sabedoria que nenhum dos que têm o domínio deste mundo conheceu. Gente das altas esferas da sociedade, membros da classe média, pessoas que vivem nas esferas económicas mais baixas – todos podem viver a felicidade e todos podem viver em grande penúria interior. Diante de cada pessoa, Deus colocou a vida e a morte, a abundância e a indigência interior que dá cor e sentido à vida exterior (primeira leitura). a realização do indivíduo (e o mesmo se diga duma sociedade) assenta em dois pilares igualmente importantes: esforço pessoal para melhorar e observância das leis que o arquitecto divino nos deu. O rico avarento caíu finalmente num sofrimento insuportável, enquanto o pobre, que ele desprezara, encontrou a felicidade em plenitude (cf Lucas 16, 19-25). Uma sociedade sem ricos nem pobres, fundada sobre o respeito e a partilha, dirigida pelas leis justíssimas do Criador: eis o sonho do Pai que é amor e justiça para todos. Este sonho deveria ser o sonho de todos. Especialmente o sonho daqueles que, de qualquer maneira, dirigem a sociedade e que, às vezes, exigem muito serviço, mas que, por vezes, pouco cumprem a sua vocação de servidores.como diz Cristo de si próprio no evangelho do sexto domingo comum, os dirigentes são chefes para dar pleno cumprimento à lei divina da justiça e do amor.