Presidente da Conferência Episcopal Portuguesa defende que «a prioridade da família no âmbito da educação dos filhos decorre do princípio do primado da pessoa e da família sobre a sociedade e o Estado»
Presidente da Conferência Episcopal Portuguesa defende que «a prioridade da família no âmbito da educação dos filhos decorre do princípio do primado da pessoa e da família sobre a sociedade e o Estado»Num momento em que se vive uma situação delicada na questão da educação, em particular os colégios com contrato de associação, Jorge Ortiga defende que uma nova luz passa pela aposta na educação para os valores, acolhida como verdadeira emergência e no sentido de garantir um futuro verdadeiramente humano para todos. O arcebispo primaz de Braga defende que o respeito pela prioridade da família no âmbito da educação dos filhos pode considerar-se o “termómetro” da autenticidade de um Estado de direito democrático, que verdadeiramente serve a pessoa e a família, respeitando a sua liberdade e os seus direitos fundamentais. Na homilia da Eucaristia, no dia da Universidade Católica, o presidente da CEP sublinha que a celebração de contratos de associação entre o Estado e as escolas não estatais é uma forma concreta de dar efectividade à liberdade de ensino e de garantir a ajuda que o Estado deve dar às famílias. Esses contratos não podem ser um expediente transitório a manter-se apenas enquanto o ensino público não se estende a todo o território nacional. É de lamentar profundamente que responsáveis governativos dêem a entender precisamente o contrário, isto é, que esses contratos tenderão a desaparecer à medida que crescer a oferta do ensino público. Para o responsável, o monopólio estatal da rede escolar não assegura de forma alguma a liberdade de ensino porque a curto prazo torna-se ideológica, ao serviço dos gostos políticos e de correntes pedagógicas que apregoam o facilitismo como a chave de toda a construção do ser humano. Os contratos de associação são uma forma do Estado assegurar essa liberdade e deveriam, por isso, manter-se e multiplicar-se, aproveitando as estruturas privadas existentes, invés de andar a investir milhões em novas escolas quando elas já existem. Jorge Ortiga acrescenta que educação é mais do que a instrução, do que a simples transmissão de informação, supõe a afirmação propositiva de razões de viver e de valores éticos. assim, o que o ensino estatal deve ser plural, no sentido em que nele devem encontrar acolhimento as várias concepções e propostas filosóficas, éticas e religiosas presentes na sociedade portuguesa.