amor e carinho são o denominador comum que permite a atracção recíproca do ser humano
amor e carinho são o denominador comum que permite a atracção recíproca do ser humanoCorreram mundo as imagens televisivas de uma criança de seis anos – de origem brasileira – que na audiência papal de quarta-feira passada no Vaticano furou o cordão de segurança e se dirigiu à tribuna onde estava ao Papa. O acontecimento verificou-se durante a recepção aos peregrinos de língua portuguesa. Na cerimónia estavam cerca de 3. 000 pessoas a assistir. O Papa sorriu, trocou algumas palavras com o menino e abençoou-o. O mesmo já havia acontecido com o Papa João Paulo II, sabendo-se da atracção que este tinha pelas crianças, quer nas suas visitas, quer noutras circunstâncias. De facto, este tipo de atracção é natural, pois o amor mais puro e inocente vem das crianças. Cristo tinha grande enlevo pelos mais pequeninos e servia-se da sua imagem para incentivar os adultos. Se não vos transformardes e vos tornardes como criancinhas, não entrareis no Reino dos céusdizia aos discípulos, segundo Mateus, 18, acrescentando ainda E o que recebe em meu nome a um menino como este, é a mim que recebe.como é evidente, a interpretação destas palavras passa pelas virtudes que são sinceras nas crianças, a humildade que estas cultivam, mesmo na inocência. Em contraponto as estas imagens basta olhar em redor e vemos o sofrimento de milhões de crianças em todo o mundo a quem lhes falta o essencial. Não apenas em África, mas um pouco por toda a parte, possivelmente até mesmo muito perto de nós. a maior parte dos Governos não atende aos problemas específicos das crianças e das famílias que lhes dão o sustento material e espiritual, para além da educação e tecto, quando o têm. No entanto, a responsabilidade da ausência destas condições cabe a todos nós, convém não esquecer. E aos cristãos, de um modo particular e concreto. Há uma necessidade cada vez maior de olhar para os casais que, mesmo com dificuldades, têm o arrojo – sim, é preciso ser muito corajoso – de dar a vida a novos seres e assumir a responsabilidade de os criar, mas sobretudo educar. O egoísmo tomou conta da nossa sociedade e as crianças são cada vez menos desejadas, esquecendo-se de que sem a renovação da vida não há continuidade e harmonização geracional adequada. a manter-se este estado social, onde as Leis dão a primazia ao indivíduo, deixando de lado o apoio e incentivo à criação de vida nas famílias, não nos surpreendamos que dentro de poucos anos as dificuldades sejam um fardo muito pesado para qualquer cidadão, independentemente da sua condição. É nossa obrigação estar atentos aos problemas que as famílias com filhos enfrentam nestes tempos de crise económica, e de alguma forma teremos que contribuir no minorar das suas dificuldades. a omissão também não ajuda, quando a acção é essencial.