Vós sois o sal da terra, sois a luz do mundo. a vossa luz deve brilhar aos homens para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem o vosso Pai que está nos Céus
Vós sois o sal da terra, sois a luz do mundo. a vossa luz deve brilhar aos homens para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem o vosso Pai que está nos CéusQuando eu tinha os meus três anitos, vivia a minha família numa aldeolazita do concelho de Vila de Rei, Beira Baixa, uma zona muito pobre do nosso país. a única luz em nossa casa de noite era uma candeia de azeite. Às vezes, a minha irmã, bastante mais velha do que eu, levava-me ao fundo da aldeia e mostrava-me, lá ao longe, as luzes eléctricas de Cernache do Bonjardim. Eu, que nunca tinha visto nem ouvido falar em electricidade, ficava embasbacado a olhar. E perguntava à minha irmã como é que a luz dumas candeias lá tão longe conseguia chegar até nós. Era isto, para mim, um mistério e uma maravilha. Nos nossos dias há luz eléctrica por toda a parte: parece que já as trevas foram vencidas. Mas, trevas há muitas. E luzes também. É estranho, mas parece que, quanto mais temos, menos somos, menos apreciamos o que temos. até dá a impressão que a abundância se torna enfadonha, que o muito enjoa. No que respeita á luz, há evidentemente várias qualidades. Da luz espiritual fala-nos o profeta Isaías dizendo: O povo que andava nas trevas viu uma grande luz (9,1). O evangelista São Mateus cita o mesmo passo, quando fala da pregação de Cristo na Galileia: O povo que vivia nas trevas viu uma grande luz; e para os que jaziam na sombria região da morte surgiu uma luz (4, 16). E o salmo 27 afirma de nós: O Senhor é a minha luz e salvação (27 1). Neste campo, a suma afirmação vem do próprio Jesus Cristo, quando diz: Eu sou a luz do mundo. Quem me segue não anda nas trevas, mas terá a luz da vida (João 8, 12). Nesta nossa terra de Portugal, vive gente de várias origens étnicas, de várias raças e maneiras de pensar. a nós que temos a dita de conhecer o Senhor da Salvação, Jesus Cristo, incumbe o dever de nos tornarmos luz para aqueles que ainda não chegaram ao conhecimento d’aquele que é o Caminho a Verdade e a Vida. Ele próprio nos ensina no evangelho da missa deste quinto domingo: Vós sois o sal da terra. Vós sois a luz do mundo. Pode alguém perguntar: Mas como posso eu ser sal da terra e luz do mundo? Ensina-nos João Baptista, quando apontou para Cristo que se aproximava e disse a todos os presentes: Eis o Cordeiro de Deus, eis aquele que tira o pecado do mundo (João 1, 29).com as obras e com as palavras podemos, devemos nós levar outra gente a aceitar Jesus Cristo como seu Salvador.como diz o provérbio espiritual: Salvas-te salvando. Bastantes portugueses pensam que na nossa terra, onde há vários grupos que não partilham as mesmas leis e aspirações, somos um povo dividido ou mesmo perigosamente dividido. Muito se pode dizer sobre como unificar estes grupos num só povo. Mas pensemos, neste momento, no que nos diz o Espírito Santo pela boca de São Paulo: Cristo é a nossa paz, ele que, de dois povos, fez um só, e destruiu o muro de separação, a inimizade (Efésios 2, 14). Vocação sublime a nossa, a de sermos agentes de união!