Há múltiplos factores na origem da crise. Extremismo permanece um problema, mas «no mundo islâmico existem pessoas que buscam a paz», lembra um missionário
Há múltiplos factores na origem da crise. Extremismo permanece um problema, mas «no mundo islâmico existem pessoas que buscam a paz», lembra um missionárioPara Giuseppe Scattolin, sacerdote a viver no Cairo, capital do Egipto, a crise dos países árabes tem origem em vários factores, a começar pelas altas taxas de desemprego entre os jovens. O missionário comboniano, citado pela agência Fides,aponta para uma crise cultural que dura há quase dois séculos, resultante do confronto entre a tradição islâmica e o mundo moderno. Refere ainda os conflitos locais, que ajudam a transformar os corações das pessoas. Giuseppe Scattolin considera que o caminho para a democracia leva tempo e exige uma preparação cultural. Em relação ao Egipto diz: Já existe uma certa pluralidade de expressão na imprensa. Mesmo em termos de pensamento islâmico vejo que al-azhar [academia islâmica] se abre à colaboração com outras instituições culturais. Isso, na minha opinião, deveria ajudar a formar o tecido de base para o crescimento de uma cultura democrática. No início deste ano, um atentado contra uma Igreja copta, em alexandria, a norte do Egipto, fez 21 mortos. O extremismo permanece um problema, que também é alimentado por algumas políticas ocidentais que contribuírampara fornecer argumentos aos extremistas e não ajudou a resolver o problema. Neste contexto, as minorias cristãs, assim como outros grupos minoritários, se tornam alvos fáceis para aqueles que querem destabilizar a sociedade, explica. Sublinha contudo que não é preciso fazer de um ramo um feixe, porque no mundo islâmico existem pessoas que buscam a paz.