Como conciliar o aumento da esperança de vida com o declí­nio demográfico?
Como conciliar o aumento da esperança de vida com o declí­nio demográfico?Na jornada de formação que recentemente teve lugar em Fátima sobre as migrações o jurista e político antónio Vitorino analisou as implicações nas deslocações dos povos de uns países para outros, sobretudo europeus, na procura de melhores condições. Em referência ao nosso país apontou estatísticas conhecidas quanto ao declínio demográfico em Portugal e cuja taxa de fertilidade está 1,2 abaixo da taxa de repetição, ou seja, há menos nascimentos para complemento geracional.
as possíveis causas que poderão explicar tal degradação geracional poderão estar sobretudo na idade média em que as mulheres abraçam a maternidade que é agora de 28 anos, o que reduz a possibilidade de ter mais filhos em idade fértil. Mas para além desta causa, há outras tão importantes, ou ainda mais, como por exemplo a forma como a família se tem desestruturado, muitas vezes por motivos sociais (falta de apoios de vária ordem, desincentivo da Lei, etc. ) e que levaram a nossa sociedade a um estado permissivo e egoísta.
Há mesmo Leis aprovadas que contribuíram grandemente para a baixa taxa de natalidade em Portugal, a aprovação do aborto, uma das causas que, poderemos acrescentar, são contra a natureza humana que se quer responsável. a laicidade estatal se fosse cumprida pelos governantes não implicaria a adopção de políticas contra a família tradicional, pelo contrário, deveria reconhecer nesta um contributo – que o é – para o país. Contudo, a política de privilegiar unicamente o indivíduo enquanto tal, renegando o seu enquadramento social, é uma má aposta e anti-natural.
É habitual os políticos apontarem exemplos de outros países para servir de base à sua opinião e actuação, mas exemplificam apenas aquilo que lhes interessa argumentar e não o que seria melhor para a sociedade portuguesa. Em referência a apoios sociais do Estado às famílias, vamos enunciar um país que, sendo laico, incrementou há muito tempo apoios sociais importantes na base familiar: a França, mas há mais países que o fazem.
Os nossos emigrantes naquele país – depois de legalizados, como é evidente – dispõem de direitos sociais para as famílias que permitem, por exemplo, que as mães recebam subsídios para tomarem a responsabilidade dos filhos e por tanto ficam em casa; apoios para o ensino; creches; uma rede de saúde exemplar e outros direitos concedidos ao imigrado e seu agregado familiar. No fim de uma vida de trabalho naquele país, os imigrados têm uma pensão de reforma condigna e suficiente para fazer frente ao que resta da sua vida.
a resposta à pergunta que fizemos inicialmente está parcialmente respondida com a diferença apontada entre as políticas sociais existentes em Portugal e outros países, pois se no ano de 2010 houve um ligeiro acréscimo de natalidade no nosso país, isso deve-se especialmente aos imigrantes instalados, mas estes não tendo condições também regressarão aos seus países e depois? Há necessidade de implementar políticas de apoio às famílias, sobretudo nestes tempos de crise criados pelo mau governo da coisa pública, sim, porque o povo não governa nem legisla, limita-se agora a pagar a crise que, infelizmente, poderá sobrar para os nossos filhos e netos. Que cada um de nós nunca perca a esperança, não nos homens, mas em Deus.