O povo que andava nas trevas viu uma grande luz. Para aqueles que estavam na sombria região da morte, uma luz se levantou, lê-se no Evangelho de São Mateus
O povo que andava nas trevas viu uma grande luz. Para aqueles que estavam na sombria região da morte, uma luz se levantou, lê-se no Evangelho de São MateusO francês Paul Robert-Houdin apresentou no Château de Chambord, França, em 1952, o seu primeiro espectáculo de Son et lumiére. Som e luz eram espectáculos apresentados de noite, ao relento, junto de monumentos de grande significado histórico, em cujas paredes eram projectados efeitos especiais de luzes, sincronizados com narração e música adequada. O autor pretendia sublinhar o significado do lugar onde corria o espectáculo, ou outras ideias importantes. Um destes espectáculos foi apresentado nos anos 60, na famosa pirâmide de Gisé, no Egipto.
Som e Luz, dois elementos que ocupam áreas imensas da civilização dos nossos dias. Cidades, aeroportos, ruas de vilas e aldeias, auto-estradas, iluminações de Natal e tantas outras celebrações ou comemorações mostram-nos a importância da luz na nossa vida. Que foto maravilhosa da terra cheia de luzes, tirada de noite por um satélite da NaSa! até uma das grandes cidades da Europa, Paris, tem o apelido de Cidade da Luz. a sociedade e a sua ciência têm vencido as trevas materiais. Mas muito está ainda por fazer para diminuir, eliminar mesmo, as trevas psicológicas, políticas, morais e espirituais que habitam tanta gente e tantos povos. Jogos de luz e trevas que se projectam em tantas actividades da humanidade.
a luz mostra-nos fisicamente a verdade daquilo para que olhamos. Mas o ser humano é muito mais do que um aglomerado de partículas físicas. Há um sobrenatural que deve sempre adejar sobre o natural, habitar toda a essência do nosso físico, para lhe dar alma e significado. Diz-nos o evangelho de São João: a luz brilhou nas trevas. João Baptista veio para dar testemunho dessa luz: O Verbo de Deus era a luz verdadeira (João 1, 9). Quando Jesus foi morar em Cafarnaúm, no início da sua pregação, algo de deslumbrante brilhou para o povo daquelas terras: O povo que vivia nas trevas avistou uma grande luz. Essa luz era Cristo.começou a brilhar quando o Messias gritou: arrependei-vos, pois o Reino de Deus está próximo. Mais tarde, Jesus Cristo diria, a cada um de nós: Eu sou a luz do mundo. Quem me segue não anda nas trevas mas terá a luz da vida (João 8, 12). À luz fomos dados graças à nossa generosa mãe. À luz somos dados, continuamente, por Cristo. Luz esta, a de Cristo, que dá sabor e significado a tantas coisas da nossa vida.
Mas a cegueira espiritual é, infelizmente, possível. Testemunha Santo agostinho: Entrei dentro de mim, Senhor, e vi uma luz imutável que brilhava acima do meu interior. Uma luz tão forte que penetrava todas as coisas. a luz que me criou. Quem conhece a verdade, conhece essa luz. E comenta: Tarde vos amei, ó beleza sempre antiga e sempre nova!… Saboreei-vos. E agora tenho fome e sede de Vós! (Confissões, livros 7,10; 10,27). Nos momentos difíceis dos indivíduos e das sociedades, nos momentos mais críticos, em todos os momentos mesmo, ensina-nos o cego de Jericó a implorar com fé: Senhor, fazei que eu veja!. Então acontecerá para nós o que aconteceu a esse cego: Naquele mesmo instante, recuperou a vista e seguia Jesus glorificando a Deus (Lucas 18, 41-43).