Os bispos portugueses manifestaram a sua «preocupação» com o actual estado de financiamento do ensino particular e cooperativo
Os bispos portugueses manifestaram a sua «preocupação» com o actual estado de financiamento do ensino particular e cooperativoO porta-voz da Conferência Episcopal Portuguesa defendeu que a liberdade de escolha é uma obrigação do estado democrático e que a democracia deve ser levada até às últimas consequências. Ora, se os pais têm de pagar o ensino dos filhos, e têm muitas vezes rendimentos muito parcos, terão que fazer contas à vida e não podem decidir livremente, assinalou Manuel Morujão.
O responsável da CEP sublinhou que o ensino particular e cooperativo não é um gueto para pessoas abastadas. Trata-se de uma centena de escolas, milhares de alunos, pais e funcionários, sendo um serviço público que o ensino particular presta.
Esta liberdade de escolha a que se referiu o jesuíta tem a haver com o projecto educativo que os pais prefiram para os filhos. Os cortes agora previstos, na ordem dos 30 por cento, vão afectar projectos educativos alternativos e de qualidade. Trata-se aliás de um retrocesso democrático, defende Manuel Morujão, uma vez que nos lugares onde não há alternativas (como o caso de Fátima) vão sofrer choques brutais e criar despesismo.
a Igreja apoia e respeita todas as iniciativas que instituições e sociedade civil estão a efectuar e lança um apelo a que haja lucidez de inverter esta marcha que não parece nada democrática. Para corrigir é sempre a tempo e acreditamos que é possível melhorar as coisas, realçou o sacerdote lembrando que as leis foram mudadas com o ano lectivo em andamento.