Sulistas do norte serão considerados estrangeiros e despedidos da administração pública, se optarem pela independência no referendo de 9 a 15 de Janeiro
Sulistas do norte serão considerados estrangeiros e despedidos da administração pública, se optarem pela independência no referendo de 9 a 15 de JaneiroOmar al-Bachir fez esta declaração à televisão al-Jazeera: Uma vez que decidiram, ou vão decidir, que o Sudão deve ser dividido em dois estados e que vão estabelecer um estado que é o seu no sul do Sudão, então não tem lógica que continuem a ter os mesmos direitos e vantagens no norte do Sudão. E o presidente Omar al-Bachir acrescentou com ironia: Dizem: Somos marginalizados, cidadãos de segunda categoria. Muito bem. Para não serem marginalizados: Não assumam a nacionalidade de um estado que os marginaliza.
Os sudaneses do Sul Sudão ocuparão actualmente, segundo o presidente sudanês, 20 por cento do emprego público no norte. Omar al-Bachir interroga: Como é que os sudaneses do Sul ocupariam 20 por cento dos empregos, se estes fossem um direito exclusivo dos cidadãos do norte do Sudão?. Quando interrogado se estes 20 por cento seriam despedidos, foi categórico: Claro, se houver partição. Mas acrescentou que os direitos dos sul-sudaneses no norte, designadamente a protecção das suas propriedades, serão garantidos.
O último recenseamento revelou que vivem 520 mil sul-sudaneses no norte. Contudo os sulistas calculam que esse número poderá ser três vezes superior. Deverão atingir 1,5 milhões de pessoas. Entretanto, segundo as Nações Unidas, cerca de 120 mil sulistas já abandonaram o norte com a aproximação do referendo. Os sudaneses do sul decidirão em referendo, de 9 a 15 de Janeiro, se optam pela sua independência, que pode dividir o maior país de África em dois.