Durante o baptismo de Jesus, abriram-se os céus e ouviu-se a voz do Pai, dizendo: «Este é o meu Filho bem-amado. Escutai-O!», aclamam os fiéis no aleluia
Durante o baptismo de Jesus, abriram-se os céus e ouviu-se a voz do Pai, dizendo: «Este é o meu Filho bem-amado. Escutai-O!», aclamam os fiéis no aleluiaPara uma maior compreensão do significado do baptismo cristão, poderíamos ver o que pensavam, da prática de tal cerimónia, os povos antigos antes de Cristo. Na Grécia praticavam-se os banhos sagrados, de sangue ou de água, para purificar as pessoas de impurezas rituais ou legais. O mesmo acontecia no Egipto, na Babilónia e na Índia, assim como na crença religiosa de outros povos. No Egipto, o rio Nilo era o lugar destas purificações, na Babilónia o Eufrates, na Índia o Ganges. Por vezes, também se atribuíam a estes banhos sagrados a capacidade de um aumento da força vital e, até mesmo, o dom da imortalidade. Estes ritos apontam para a inclinação e a necessidade que o ser humano tem de ver neles símbolos de poderes especiais, que ultrapassam o mundo material e, de qualquer modo, ligam o ser humano à divindade.
Os quatro evangelhos apresentam-nos a descrição do baptismo de Jesus por João Baptista, logo no início da pregação da Boa Nova da conversão por Jesus. O Senhor Jesus inaugurou oficialmente o seu ministério de salvação na terra com o rito do baptismo. a oficialidade é-Lhe conferida directamente pelo Pai ao dizer: Este é o meu Filho bem-amado. Escutai-o!. Quer dizer, escutai as suas palavras e ponde-as em prática como condição e meio de salvação. ao mesmo tempo, as palavras do Pai, durante o baptismo de Jesus apresentam oficialmente o Filho como messias e salvador universal. E, mais tarde, no envio dos seus apóstolos a pregar a Boa nova ao mundo, Cristo menciona o meio de entrada na família dos salvos: Ide por todo o mundo e proclamai o evangelho a toda a criatura. Quem acreditar e for baptizado será salvo (Marcos 16, 15).
a força do baptismo vem do valor da efusão do sangue de Jesus, Filho de Deus, na cruz, como afirma o Espírito por São Paulo: Sem efusão de sangue não há salvação (Hebreus 9, 22). além de perdoar os pecados do cristão, o baptismo, faz dele testemunha de Jesus Cristo: confere-lhe o direito e o dever de proclamar a todos a dádiva da salvação que recebeu. É esta a grande expressão do amor de Deus para cada irmão e irmã de seu Filho Jesus: fazer de cada cristão um associado de Cristo no ministério da alegria da salvação, um enviado, um missionário da Boa Nova de Jesus Cristo. Porventura, será esta uma das maiores falhas, de hoje, em muitos cristãos: guardarmos para nós próprios o dom que recebemos, em vez de vivermos concretamente o aforismo divino: Salvas-te, salvando, isto é, salvas-te a ti próprio, ajudando os outros a salvarem-se. É o que nós vemos na primeira comunidade cristã de Jerusalém: Todos os presentes, numa só alma, ergueram a voz a Deus e disseram: Concede, Senhor, aos teus fiéis servos poderem anunciar a tua palavra com todo o desassombro. E começaram a anunciar a palavra de Deus (actos 4, 24. 29). Salvar-se salvando. Nisto, fica tudo dito!