« a primeira condição para que esta relação da sociedade com a fé religiosa seja fecunda para a própria sociedade, é o reconhecimento da liberdade de consciência e de religião»
« a primeira condição para que esta relação da sociedade com a fé religiosa seja fecunda para a própria sociedade, é o reconhecimento da liberdade de consciência e de religião»Na homilia na Solenidade de Santa Maria Mãe de Deus, o cardeal patriarca de Lisboa assinalou que o reconhecimento legal da liberdade de religião, é um marco importante na evolução da nossa convivência democrática, porque é um progresso de civilização. Mas a lei não garante, por si, a valorização da religião, como valor decisivo, no progresso da sociedade. E por isso, é necessário que a própria sociedade trabalhe em prol desse objectivo, com espaço para todas as culturas e a reconhecer o contributo positivo das outras religiões. Esta é tarefa de todos, políticos, legisladores, homens de cultura, crentes ou não, afirmou José Policarpo. a partir da mensagem para este dia Liberdade religiosa, caminho para a paz, o patriarca de Lisboa lembra as palavras do Pontífice: a sociedade, enquanto expressão da pessoa e do conjunto das suas dimensões constitutivas, deve viver e organizar-se de modo a favorecer a sua abertura à transcendência (n. º 8). No nosso caso concreto de Igreja Católica, na Concordata celebrada entre a Santa Sé e o Estado Português, em feliz hora nos pusemos de acordo em que o princípio da cooperação, para bem de toda a sociedade, influenciaria as relações mútuas entre o Estado Português e a Igreja Católica, sublinha José Policarpo, na celebração Eucarística, na paróquia da amadora. apesar de posto em prática em acções concretas – realça o bispo de Lisboa- esse acordo está muito longe de ser aplicado na elaboração dessas orientações éticas, que precisam de encarnar na nossa cultura e não navegar ao sabor de modas importadas de outros universos culturais. a Igreja, garante o bispo, está hoje amadurecida para procurar essa cooperação no respeito de uma sã e positiva laicidade. Esse contributo à sociedade exige das comunidades religiosas um sincero diálogo inter-religioso e inter-cultural. É necessário erradicar as expressões que agridam a dignidade da pessoa humana. É o Papa quem o diz, no número 10 da mensagem para este dia. E os cristãos são desafiados a viver como irmãos que se encontram na Igreja e colaboram para a edificação de um mundo, onde as pessoas e os povos não mais praticarão o mal nem a destruição.