Bento XVI é acusado de agir «mais como um político ocidental do que como líder religioso». Vaticano aconselhado a não «interferir nos assuntos internos da China»
Bento XVI é acusado de agir «mais como um político ocidental do que como líder religioso». Vaticano aconselhado a não «interferir nos assuntos internos da China» a publicação em língua inglesa do grupo Diário do Povo, órgão central do Partido Comunista Chinês, escreve: O que o Vaticano quer da China é poder. Não diz respeito à verdadeira essência da fé católica. É uma reacção à tradicional mensagem de Natal, em que o Papa lamentou as limitações impostas [pela China] à liberdade religiosa.
O referido órgão, Global Times, critica: O Papa quer ser o senhor dos católicos do mundo inteiro, mas o mundo está a mudar e o Vaticano não tem poder para controlar a direcção e a velocidade das mudanças. O Vaticano é o único estado europeu que não tem relações diplomáticas com a Republica Popular da China. Mantém contactos oficiais com Taiwan, a ilha onde se refugiou o governo chinês, após a tomada do poder pelo partido comunista há 61 anos, e que Pequim considera uma província da China.
Nos últimos anos, as relações de Pequim com a Santa Sé melhoraram, mas enquanto o Vaticano mantiver relações diplomáticas com Taiwan e insistir no direito de nomear os bispos na China, será difícil assegurar uma melhoria permanente, lê-se no Global Times. a Igreja Católica Patriótica Chinesa é independente do Vaticano e os seus bispos não são nomeados pela SantaSé, como acontece em toda a Igreja católica, mas pelo governo chinês. a pretensão do Vaticano de que a identidade religiosa transcende tudo é irrealista e até prejudicial para um país com varias etnias e religiões, escreve o jornal chinês.
Oficialmente, a China tem cerca de 23 milhões de cristãos, a maioria dos quais protestantes, que no conjunto representam 1,8 por cento da população. O número de chineses convertidos ao catolicismo tem aumentado, anualmente, cerca de 100 mil, nos últimos seis anos. É contudo um número muito reduzido, se comparado com as dezenas de milhões de budistas e de muçulmanos, as religiões com mais fiéis.