Bento XVI defende que é necessário «uma profunda conversão» pois, o que efectivamente conta, é «Deus e o homem, o próprio ser do homem a nível espiritual»
Bento XVI defende que é necessário «uma profunda conversão» pois, o que efectivamente conta, é «Deus e o homem, o próprio ser do homem a nível espiritual»No encontro com os cardeais, bispos e outros responsáveis da Cúria Romana, para a apresentação das Boas Festas de Natal, o Pontífice assinalou que é necessário revitalizar o espírito de reconciliação. É assim importante combater contra a cegueira em relação à razão e manter a capacidade de ver o essencial, ver Deus e o homem, o que é bom e verdadeiro.
Numa espécie de balanço do ano que agora finda, o Santo Padre fez uma referência ao ano Sacerdotal, uma oportunidade para renovar a consciência do dom que o sacerdócio da Igreja Católica representa. a todos o Papa disse que temos que ser capazes de penitência.
Lembrando os casos dos abusos, de que a Igreja Católica foi alvo, frisou:
Temos consciência da particular gravidade deste pecado cometido por sacerdotes e da nossa co-responsabilidade a esse propósito. Mas não podemos também silenciar o contexto do nosso tempo, em que nos é dado ver estes acontecimentos, explicou referindo-se à pornografia infantil.
Existe um mercado da pornografia no que diz respeito às crianças, que de algum modo parece ser considerado cada vez mais pela sociedade como uma coisa normal. a devastação psicológica das crianças, em que pessoas humanas ficam reduzidas a um artigo de mercado, é um horrível sinal dos tempos, disse.
Bento XVI referiu-se ao Sínodo das Igrejas do Médio Oriente, o ter podido experimentar a inesquecível hospitalidade da Igreja ortodoxa local. Embora não nos seja ainda dada a plena comunhão, contudo pudemos constatar com alegria que nos une profundamente uns aos outros a forma basilar da Igreja antiga, afiançou.
Do Sínodo realizado em Roma, o Papa lembrou que permitiu alargar o horizonte a todo o Médio Oriente, onde convivem fiéis pertencentes a diferentes religiões e mesmo a múltiplas tradições e ritos distintos. Tendo por base o espírito da fé e da racionalidade, o Sínodo desenvolveu um grande conceito de diálogo, de perdão e de acolhimento recíproco, conceito que agora queremos gritar ao mundo.
Numa última palavra, o bispo de Roma referiu-se às viagens tão significativas realizadas a Malta, Portugal e Espanha. Nelas se tornou de novo visível que a fé não é uma coisa do passado, mas sim um encontro com o Deus que vive e actua agora. Ele nos chama em causa e opõe-se à nossa preguiça, e é precisamente assim que nos abre o caminho para a verdadeira alegria, finalizou.